sábado, 27 de novembro de 2010

My 20 Favorite Movies: #08. Before Sunset (2004, Linklater)


Eu gosto de pensar que a perfeição está nos detalhes, e Before Sunset está repleto deles.
Nove anos após conhecerem-se num fugaz encontro na cidade de Viena (e seria este o setting do seu antecessor – Before Sunrise), Jesse (Ethan Hawke) e Celine (Julie Delpy) reencontram-se em Paris. Jesse é, agora, autor de um bestseller baseado naquele pequeno encontro decorrido no velho continente e encontra-se a terminar a sua tour de apresentação do livro. É numa pequena livraria parisiense que os olhares destas duas personagens se voltam a cruzar e daí surge a narrativa desta sequela.

Quem diria que um filme de 80 minutos que na sua grande essência, consiste apenas em vermos duas pessoas a falarem durante esse tempo, fosse tão empolgante de se ver? À semelhança de Before Sunrise, Jesse e Celine deambulam agora por Paris, reflectindo sobre os mais variados temas: Política e responsabilidade social; crescimento pessoal e os sonhos que servem de combustível para a vida; a brevidade do tempo e o facto de como é capaz de alterar profundamente (ou não) mentalidades e personalidades; questões do foro what if; amor.


O que acabo por achar mais interessante nestes filmes é o facto de o espectador ter estado presente desde o início da relação de ambas personagens e a ter acompanhado ao mesmo ritmo que as personagens a viveram: O que eles sabem um do outro, nós também sabemos. É um verdadeiro pedaço de vida que ficará para sempre marcado e registado em película.

Realismo, naturalidade e profundidade. São as três palavras de ordem presentes no argumento escrito por Hawke, Delpy e Linklater. O trio maravilha, que também tinha assinado o argumento de Before Sunrise, volta em grande forma oferecendo-nos um verdadeiro retrato sobre o que são relações. A racionalidade e a emoção coexistem perfeitamente neste argumento atribuindo-lhe uma profundidade e uma volatilidade extonteantes, na medida em que o espectador fica a conhecer intimamente as duas personagens. O facto de Before Sunset ter sido nomeado para os Óscares na categoria de Melhor Argumento Adaptado (essencialmente, por ser uma sequela. The Academy and their weird rules... ahaha) representa aquela que considero ser a escolha mais inspiradora da Academia nos últimos 15 anos.


Não querendo deixar de parte as maravilhosas interpretações de Ethan Hawke e Julie Delpy, acrescento ainda que é claro o envolvimento deles na escrita do argumento. Eles assumem com tamanha facilidade a pele das personagens que me deixam a pensar – “até que ponto é que este filme é autobiográfico?”. Aliás, uma das primeiras frases do filme é exactamente:

Jesse: Uh, well, I mean... isn't everything autobiographical?


Anyway, dado o final aberto de Before Sunset (com uma brilhante homenagem a Nina Simone. Toda a acção decorrente desde o momento em que chegam à casa de Celine constitui a minha cena preferida de todo o filme) muito se tem especulado sobre uma outra potencial continuação desta história. Quem sabe se em 2013 não iremos ter o prazer de ver um, erm, Before Midday? Desde que Hawke, Delpy e Linklater regressem, apenas tenho a dizer: Bring it on!

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I like to think that perfection lies within the details, and Before Sunset is filled with them.
Nine years after they briefly met in Vienna, Austria (the setting of the first installment – Before Sunrise), Jesse (Ethan Hawke) and Celine (Julie Delpy) meet again in Paris, France. Jesse is, now, the author of a bestseller based on his little date nine years ago on the old continent and he’s wrapping up his tour to promote the book. It is in a small Parisian book store that the two characters cross each other’s paths, and that is the starting point of this film’s narrative.

Who would say that an 80 minutes feature, consisting essentially on two people walking around and talking, would be so spellbinding? Very much like Before Sunrise, Jesse and Celine walk through the streets of Paris, reflecting on the most diverse topics: Politcs and social responsibility; personal growth and dreams that fuel life; time and its effects in shaping mentalities and personalities; what if questions; love.


The thing I find to be the most interesting in both of these films is the fact that the viewer was there along with them right from the beginning. What Jesse knows about Celine (and vice-versa), we also know. It’s a true slice of life that will be forever captured on film.

Realism, naturalism and depth. Those are the three big words present in the script penned by Hawke, Delpy and Linklater. This wonderful trio, that had also written Before Sunrise’s script, came back in shape and bringing all their talent to the table. The three of them gave us a wonderful depiction about what relationships really are. Rationality and emotion co-exist in perfect harmony that grants the script an overall sense of depth and volatility, in the way that the viewer gets to know intimately these two characters. The fact Before Sunset got nominated for an Oscar in the Best Adapted Screenplay category (basically, just for being a sequel. The Academy and their weird rules… ahahha) represents their most inspired choice from the last 15 years.

 
Not wanting to leave out the marvelous performances by Ethan Hawke and Julie Delpy, I would like to add that their involvement in shaping up the script is pretty clear. They play their characters with such ease that I’m left thinking – “To what extend is this film autobiographical?”. Coincidentally, one of the first lines of this movie is exactly:

Jesse: Uh, well, I mean... isn't everything autobiographical?

Anyway, and given Before Sunset’s open ending (with a rather brilliant homage to Nina Simone. Everything that happens from the moment they get to Celine’s apartment constitutes my favorite scene of the entire film) a lot has been said whether they should continue the story with another film. Who knows if by 2013 we won’t have the pleasure to one, erm, Before Midday? As long Hawke’s, Delpy’s and Linklater’s names are attached to the project, I only can say: Bring it on!

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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Looking Back At 2003.

#10

The Lord of the Rings: The Return of the King
Dir. Peter Jackson

#9

Finding Nemo
Dir. Andrew Stanton

#8

Jeux d'Enfants [Love Me If You Dare]
Dir. Yann Samuel

#7

Haute Tension [Haute Tension]
Dir. Alexandre Aja

#6

House of Sand and Fog
Dir. Vadim Perelman

#5

21 Grams
Dir. Alejandro González Iñárritu

#4

Kill Bill: Vol. 1
Dir. Quentin Tarantino

#3

The Station Agent
Dir. Thomas McCarthy

#2

Les Invasions Barbares [The Barbarian Invasions]
Dir. Denys Arcand

#1

Lost in Translation 
Dir. Sofia Coppola

sábado, 20 de novembro de 2010

My 20 Favorite Movies: #09. The End of Evangelion (1997, Anno & Tsurumaki)


“The fate of destruction is also the joy of rebirth.”

Nerd Mode: Engaged. Ahahah

Dois anos após o capítulo final da série televisiva nipónica, Evangelion, surgiu um filme que viria dar resposta a algumas questões deixadas em aberto nos últimos episódios da aclamada série. The End of Evangelion surgiu.

Creio que uma breve síntese deste mundo anime é necessária: Em 2015, e passados 15 anos de um evento catastrófico que tirou a vida a metade da população terrestre, a Terra começa a ser invadida por estranhos seres – os Angels. Gigantes robots foram desenvolvidos para parar essa ameaça, e são a única arma de combate que a raça humana tem para derrotar os Angels. Shinji Ikari é uma criança de 14 anos, e só ele consegue pilotar o EVA01. Ao longo da série vão surgindo novos personagens, e destaco agora proeminentemente as outras duas pilotos – Rei Ayanami (EVA00) e Asuka Langley (EVA02). Essencialmente, o destino da humanidade está nas mãos destas três crianças. Resumindo: O que é extremamente ligeiro no início da série, gradualmente se torna incrivelmente denso à medida que a mesma caminha para o final.


Ok, back to the movie. Retomando os eventos que assolaram o culminar de Evangelion, Anno e Tsurumaki trazem-nos uma verdadeira obra-prima. Mergulhando pelo universo que já tinham anteriormente criado, os realizadores debruçam-se sobre uma panóplia de questões severamente marcadas pelo seu carácter existencialista e niilista. Aqui, eles exploram por completo todas as potencialidades que o género da Animação comporta, e atrevo-me a dizer que esta obra é exarcebadamente thought-provoking. Ingmar Bergman? Pfff. (Estou a brincar, porque gosto do Bergman enquanto realizador. Mas creio que se ele tivesse visto este filme, teria ficado extremamente orgulhoso).

O ritmo frenético de The End of Evangelion é arrebatador, e aquilo que é um filme de 87 minutos parece ser um filme com uma duração ainda menor. A atenção do espectador centra-se no desenrolar da narrativa, logo desde a primeira imagem, e não se dispersa até ao momento em que surgem os créditos finais. Isto só se consegue com um domínio absoluto das técnicas de animação e creio que é possível afirmar que todos os indivíduos envolvidos na animação deste filme são mestres nesse âmbito.

De destacar é a batalha da Asuka contra os nove EVAs produzidos em massa. Toda a personalidade da personagem é aqui exposta. Depois de ter recuperado de um incidente ocorrido na série, Asuka volta demonstrando toda a sua garra, combatendo cada um dos seus nove oponentes. Contudo, e em certa altura, existe um contratempo e Asuka vê-se na mó de baixo. Aparentemente sozinha, o espírito de Asuka quebra e sente-se vulnerável. No entanto, toda aquela personalidade tempestuosa que definiu a personagem ao longo da série televisiva resurge no momento em que Asuka tem uma epifania. Nunca desistindo, a piloto da Unidade 2 luta com todas as suas forças até ao seu último fôlego, nunca baixando os braços, nunca desistindo. O clímax desta batalha é algo profundamente perturbador, e fico-me por aqui. O trabalho de voz feito por Yûko Miyamura nesta cena é notável.


Teológico, psicológico e filosófico. São algumas palavras que utilizaria para descrever esta obra, e acrescento ainda que The End of Evangelion é mais do que um filme – é uma verdadeira experiência.

Disclaimer: Apenas aconselho verem este filme se tiverem visto a série antes. Caso contrário, um grande ponto de interrogação irá ocupar as vossas mentes durante o tempo todo em que estiverem a ver o filme.

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“The fate of destruction is also the joy of rebirth.”

Nerd Mode: Engaged. Ahahah

Two years after the final chapter of the anime’s series, Evangelion, a movie came up that would give closure to some questions left open in the last episodes of the acclaimed series. The End of Evangelion came up.


I believe that a brief summary of this anime world is required: In 2015, 15 years after a catastrophic event eradicated half of Earth’s population, the Earth starts to be invaded by weird creatures – the Angels. Giant robots were developed in order to stop that menace and they are the only weapon that the human race can use to defeat those Angels. Shinji Ikari is a 14 years old child, and he is the only soul able to pilot EVA01. Throughout the series new characters show up, including the pilots of two other of those EVA units: Rei Ayanami (pilot of EVA00) and Asuka Langley (the pilot of EVA’s unit number 02). Essentially, the whole destiny of the human race lies within the hands of these three kids. What then starts extremely light and fun, becomes gradually more dense, more complex and more mature as the series walk towards its last episode

Ok, back to the movie. Picking up from the last events portrayed on Evangelion, Anno and Tsurumaki bring us a true masterpiece. Delving into the universe they had already created, the directors tackle now a diversity of questions severely denoted by their existentialist and nihilistic tones. Here, they fully take advantage of the Animation medium resulting in, and dare I say, an incredibly thought-provoking movie. Ingmar Bergman? Pfff. (I’m kidding. I like Bergman as a director, but I feel he would have been proud if he had seen this film).

The End of Evangelion’s pacing is simply remarkable, and what is an 87 minutes movie looks like an even shorter one. The narrative grabs the viewer’s attention right from the minute the first image comes on screen, and doesn’t let go until the moment the final credits are over. This is only achievable with a complete domain over animation techniques and I believe it is safe to say that every single one of the individuals involved in this film’s animation process are masters at their jobs.

The big highlight of the film is Asuka’s battle against the EVA series. Her whole personality is exposed in this specific segment. After recovering from an incident that had occurred during the TV show, Asuka comes back deploying all of her strength and fierceness, fighting off each and every single one of her opponents. However, the battle takes a sudden shift change and Asuka sees herself in the losing camp. Apparently alone, Asuka’s spirit breaks and she feels extremely vulnerable. Nevertheless, all of her fiery personality resurges by the moment Asuka has an epiphany. Never giving up, Unit 02’s pilot fights with all her might and power until her last breath, never backing down, never giving up. This battle’s climax is profoundly disturbing, and I’m going to refrain myself from telling more. Yûko Miyamura’s voice work is outstanding in this particular scene. 


Theological, psychological and philosophical. Those would be some words I would use to describe this masterwork, and let me just state that The End of Evangelion is more than a movie – it is an experience.

Disclaimer: Please, only take this as a suggestion after you watch the TV series. They are indispensable to understand what the hell is going on on this film.

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Séries Televisivas

Estou à procura de algumas recomendações de boas séries de Televisão, e gostava de saber quais são aquelas que vocês mais acompanham!

Deixo aqui as séries que vejo:

- Mad Men
- 30 Rock
- The Office
- How I Met Your Mother
- It's Always Sunny in Philadelphia
- Californication

Queria arranjar mais umas duas séries, por isso, just start naming them!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

My 20 Favorite Movies: #10. The Silence of the Lambs (1991, Demme)


Ora muito bem, continuando com a contagem decrescente até ao número um, em décimo lugar surge The Silence of the Lambs. Foi lançado em Fevereiro de 1991, e praticamente um ano depois, o filme de Jonathan Demme levava para casa 5 prémios da Academia (Ah, e foram só os big five – Filme, Realizador, Actor, Actriz, e Argumento, neste caso, adaptado – coisa pouca, portanto). Já o vi referenciado como o The Godfather de todos os thrillers e curiosamente creio que até à data ainda não encontrei vivalma que não gostasse do filme. Lambs é, portanto, um marco na história do cinema.


Em linhas gerais, Clarice Starling (Jodie Foster), uma rookie do FBI vê-se obrigada a visitar um notório assassino, Dr. Hannibal Lecter (Anthony Hopkins), com o intuito de entrar na psíque de um outro assassíno, Buffalo Bill (Ted Levine), que tem um certo fascínio pela pele de jovens mulheres. Com a colaboração de Lecter, Clarice submerge na mente do psicopata que aterroriza Baltimore, tentando perceber o que o motiva, o que define a sua personalidade, tentando definir um padrão no seu metódico comportamento com o puro objectivo de o apanhar.

Bem, antes de mais adianto que The Silence of the Lambs é um daqueles filmes que sempre que passam na televisão, eu tenho que parar tudo o que estou a fazer, sentar-me e ver o filme até ao final (recordo-me que houve uma altura em que o canal Hollywood e o AXN exibiam-no 106 vezes por mês. Diga-se de passagem que não foi uma altura especialmente produtiva. Ahah. I kid, I kid).

Concordo com quem alguma vez disse que este é o The Godfather dos thrillers. É simplesmente impecável, e por mais que tente não consigo encontrar-lhe uma única falha. A realização de Jonathan Demme é extremamente concisa, tão meticulosamente precisa, maravilhosa. É também bastante understated – Demme reconhece, claramente, quais são os pontos mais fortes do seu filme e simplesmente salienta-os.

Nos icónicos papéis temos uma Jodie Foster e um Anthony Hopkins simplesmente geniais. A maneira como interagem durante todos aqueles jogos psicológicos é fascinante de se ver. A vulnerabilidade de Clarice misturada com a perversidade do Dr. conferem um magnetismo impressionante ao filme. I mean, mal consigo desviar o olhar do ecrã quando os dois confrontam-se!

Em última nota – A edição também merece aplausos. E digo isto julgando apenas a cena da visão nocturna. Fantástico!

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So, moving on with the countdown all the way to number one, in the 10th place comes The Silence of the Lambs. It was released in February 1991, and one year later, Jonathan Demme’s masterpiece would be taking home 5 Academy Awards (Oh, I should mention that Lambs won the gold in the big five categories – Picture, Director, Actor, Actress and Screenplay, in this case, adapted – Eh. Big deal). I’ve seen people referring to it as The Godfather of all thrillers and curiously, to this date, I still haven’t met a single person who dislikes this film. The Silence of the Lambs is, therefore, a true landmark in Cinema’s history.


Clarice Sterling (Jodie Foster) plays an FBI rookie that sees herself obliged to visit a notorious serial killer, Dr. Hannibal Lecter (Anthony Hopkins), with the purpose to get into the mind of this other killer, Buffalo Bill (Ted Levine), who has a rather peculiar fascination with young women’s skin. With the help of Lecter, Clarice dives into the psyche of the psychopath who has been terrorizing Baltimore, trying to figure out what his real motivations are, what defines his personality, to figure out a pattern in his methodic behavior, with the big goal of catching him in mind.

Well, let me just start by saying that whenever The Silence of the Lambs comes on TV I have to drop everything I was doing, sit down, and watch it right to the end (I remember this particular time, where these two TV channels used to air it 106 times per month. Erm, I guess I wasn’t especially productive during that time. Ahah. I kid, I kid).

I thoroughly agree with whoever once said that this is The Godfather of all thrillers. It is simply impeccable and I just can’t for the life of me find a single flaw in this movie. Jonathan Demme’s direction is extremely concise, so meticulously precise, marvelous. It is also a very understated effort by the director – Demme clearly recognizes what is film’s strongest aspects are and he doesn’t get in the way. Instead, he just enhances them.

In the iconic roles we have Jodie Foster and Anthony Hopkins delivering some spectacular and genius performances. The way the play each other off through all those mind games is simply spell binding to watch. Clarice’s vulnerability is an excellent contrast to the Dr.’s perversity give the movie an incredible magnetism. I mean, I can barely take my eyes off the screen whenever these two characters meet.

My last note regards the editing. It deserved applause. And I say this by judging that “night vision” scene alone. Fantastic!


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segunda-feira, 15 de novembro de 2010

It's a landmark!

5000 visitas? Muito obrigado a todos vocês que têm vindo a acompanhar este blog desde o seu início!

Que têm vindo a achar do blog até hoje? Todo o feedback é apreciado, por isso, go for it!

Fazendo uma recapitulação da lista que tenho vindo a apresentar até à data:

#20 - Scary Movie (2000, Wayans)
#19 - Se7en (1995, Fincher)
#18 - Rear Window (1954, Hitchcock)
#17 - Trzy Kolory: Bialy [Three Colors: White] (1994, Kieslowski)
#16 - Goodfellas (1990, Scorsese)
#15 - The Night of the Hunter (1955, Laughton)
#14 - El Laberinto del Fauno [Pan's Labyrinth] (2006, Del Toro)
#13 - Jurassic Park (1993, Spielberg)
#12 - Dog Day Afternoon (1975, Lumet)
#11 - Brief Encounter (1945, Lean)

O que acham que será incluido na próxima metade da lista? Façam as vossas apostas! Vou dar um prémio a quem mais se aproximar das respostas certas: Um grande barco... imaginário. (1) Ahahah. Um muito obrigado mais uma vez.  

O próximo post ocorrerá dentro de muito em breve. Ainda esta semana.

(1) - Ideia deliberadamente copiada de um concurso de uma rádio qualquer... creio ter sido da RFM.

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5,000 views? Thank you very much to all of you who have been regularly watching this blog grow since the beginning.  

What are is your opinion on it as of today? Every feedback is appreciated, so, go for it!

A quick recap of the countdown I've been doing over the past few weeks:

#20 - Scary Movie (2000, Wayans)
#19 - Se7en (1995, Fincher)
#18 - Rear Window (1954, Hitchcock)
#17 - Trzy Kolory: Bialy [Three Colors: White] (1994, Kieslowski)
#16 - Goodfellas (1990, Scorsese)
#15 - The Night of the Hunter (1955, Laughton)
#14 - El Laberinto del Fauno [Pan's Labyrinth] (2006, Del Toro)
#13 - Jurassic Park (1993, Spielberg)
#12 - Dog Day Afternoon (1975, Lumet)
#11 - Brief Encounter (1945, Lean)

What movies do you feel will be added to the next half of the list? Make your bets! I'm gooing to give a prize to whoever gets closer to the right answers: A huge frickin' boat... an imaginary one, that is. (1) Ahahah. Once again, a big thank you!

(1) - Idea purposefully copied from this radio show... I believe it was from RFM.

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sábado, 13 de novembro de 2010

My 20 Favorite Movies: #11. Brief Encounter (1945, Lean)


São poucos os romances que verdadeiramente aprecio e que gosto. Aliás, contam-se pelos dedos de uma mão aqueles que se incluem nessa categoria. A história de um breve encontro de David Lean é um deles.

A fugacidade e a fragilidade do tempo é algo que gosto de ver explorado neste tipo de filmes (e aí está um dica para possíveis inclusões nesta lista. Wanna take a guess?) e Brief Encounter dá-nos uma perspectiva sobre isso com uma enorme subtileza. É, por acaso, um facto curioso: David Lean, notório pelos seus épicos – The Bridge on the River Kwai e Lawrence of Arabia, entre outros – realiza aqui uma pequena pérola, um pequeno pedaço de vida, um retrato intimista sobre a efemeridade de certas relações e a resistência monótona de outras. Não querendo retirar a grandeza dos seus outros filmes, mas considero que este filme é o pináculo da qualidade da obra deste particular realizador.

Apesar de ter sido feito em 1945, considero que Brief Encounter é um filme extremamente fresco. O seu grande realismo, a sua natureza reservada e o seu desenrolar quase que orgânico são alguns aspectos que contribuem para essa mesma frescura. Não vemos todas aquelas peripécias imagináveis e inimagináveis que muitas vezes caracterizam o percurso dos protagonistas em filmes deste género, vemos sim apenas duas pessoas perfeitamente normais em situações normais que interagem entre si normalmente. As coisas simplesmente acontecem, sem grandes pressões, a um ritmo mais que adequado. Tudo demora o seu tempo.

E o que dizer de Celia Johnson no papel principal? Uma das grandes interpretações do cinema, seguramente. O rosto dela expressa tudo aquilo que fica por dizer; O olhar dela transmite cada nuance dos seus sentimentos. Tudo isto sem ressalvar na teatralidade dos desempenhos de antigamente. A naturalidade dela é completamente effortless.

I had no thoughts at all, only an overwhelming desire not to feel anything ever again.”

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Few are the romances that I truly appreciate and love. They can be counted by the fingers in one hand. David Lean’s story about a brief encounter is precisely one of them.

Time’s fugacity and frailty is something I like to see explored in this kind of movies (and there’s a tip for possible future inclusions on this list. Wanna take a guess?) and Brief Encounter gives us a view about that with enormous subtlety. It is a rather curious fact: David Lean, mostly known for his epics – The Bridge on the River Kwai and Lawrence of Arabia, among others – directs, here, a little and precious gem, a little slice of life, an intimate portrait about the brief nature of some relationships and the monotonous resistance of others. Not trying to undermine his other movies, but I consider this one to be the pinnacle of David Lean’s body of work quality.

Even though it was made in 1945, Brief Encounter is still an extremely fresh movie. Its great realism, its understated nature and its almost organic-like development are some of the aspects that contribute to that freshness. We don’t see all those imaginable and unimaginable events that protagonists in these kinds of film are often subjected to, we just see two ordinary people in completely normal situations that behave normally when they’re together. Things simply happen, with no great pressures, in a more than adequate rhythm. Everything takes its time.

And what can be said about Celia Johnson in the leading role? One of the greatest performances of all time, surely. Her face says everything it has not been said; Her eyes convey every single nuance of her emotions. She does that in such an effortlessly natural way, without resorting to the theatricality performances used to have back in the day.

I had no thoughts at all, only an overwhelming desire not to feel anything ever again.”


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quarta-feira, 10 de novembro de 2010

My 20 Favorite Movies: #12. Dog Day Afternoon (1975, Lumet)


Em 1972, John Stanley Wojtowicz e um companheiro seu, Salvatore Naturile, elaboraram um esquema e procederam à tentativa de assalto a um banco em Brooklyn. O plano, contudo, colapsa mal entra em operação e no final do dia os dois assaltantes eram mediáticos. P.F. Kluge escreveu um artigo sobre este evento intitulado de “The Boys in the Bank”, tendo sido publicado pela revista Life nesse mesmo ano. Foi esse artigo que serviu de fonte de inspiração para Dog Day Afternoon.

Sidney Lumet agarra a história, desenvolve-a e injecta uma grande frescura a este sub-género de Bank Heist, através de uma mistura de comédia e drama completamente harmoniosa. Baseado em eventos reais, Dog Day Afternoon retrata um assalto que em tudo corre mal, o que também não seria de espantar uma vez que as duas mentes por detrás do golpe não são propriamente as mais brilhantes que alguma vez pisaram a Terra.

Não vou entrar em grande detalhe para descrever a história pois sinto que este é um daqueles filmes em que o facto de não se saber muito sobre potencializa o impacto do filme e, consequentemente, o espectador poderá retirar o máximo proveito do mesmo.


Digo que é um filme bem executado. O ambiente de Nova Iorque dos anos 70 é tratado com uma enorme capacidade, e como tal, torna-se bastante autêntico. O argumento prima pelo profundo desenvolvimento das personagens ao longo do filme, ressalvando quedas em personagens estereótipadas e evitando que os temas nele explorados deslizem para clichês.


Mas o que brilha verdadeiramente, o que torna este filme único, o que triunfa sobre todos os restantes aspectos do filme, o que dinamiza por completo Dog Day Afternoon é o magistral desempenho de Al Pacino no papel de Sonny. The stuff that legends are made of. Simplesmente e fenomenalmente bombástico. Pacino lida perfeitamente com as várias mudanças de humor que a sua personagem sofre e confere-lhe ainda uma tremenda vivacidade. Antes de ter visto este filme, tinha somente visto o Al Pacino no The Godfather e apesar de considerá-lo bastante bom nesse filme, não conseguia ver exactamente o que existia de tão especial nele ao ponto de ser considerado por muitos como o melhor actor que alguma vez apareceu no grande ecrã. Este foi o ponto de viragem, o ponto em que, a meu ver, consolidou o estatuto de “All Time Great” de Al Pacino. Foi o ponto de situação que me fez tornar fã de Al Pacino.

Javier Bardem: “"There are two things I believe in, God and Al Pacino"

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In 1972, John Stanley Wojtowicz and one of his companions, Salvatore Naturile, developed a plan to rob a bank located in Brooklyn. That plan, however, collapses the minute it is put in action and by the end of the day, the two robbers were authentic media celebrities. P.F. Kluge wrote an article about this event with the title “The Boys in the Bank”, being published by Life magazine in the same year. That article served as an inspiration to Dog Day Afternoon.

Sidney Lumet tackles the story, develops it and injects huge amounts of freshness to this sub-genre of Bank Heist films, by mixing comedy and drama in a completely harmonious way. Based on real events, Dog Day Afternoon depicts a robbery in which everything falls to pieces, which is not very surprising considering the fact that the two minds behind the heist are not necessarily the brightest to ever walk on Earth.

I’m not going into great detail to describe the story because I do feel that this is one of those movies that are more enjoyable when you actually don’t know what to expect. I feel it maximizes both the viewer’s enjoyment as well as the film’s impact.

What we have here is a well executed film. The 70s New York’s atmosphere is treated with enormous ability, becoming extremely authentic. The screenplay glows through the deep character development, by avoiding stereotyped characters as well by preventing that the themes explored in the film slip into the cliché area.


Al Pacino’s mesmerizing performance as Sonny is that one element that shines, that makes this film unique, that makes the whole movie so dynamic. The stuff that legends are made of. Simply and phenomenally bombastic. Pacino deals with the different shifts of humor with such vivacity, making his portrayal perfect. Before watching this movie, I had only seen Al Pacino act in The Godfather, and while I thought it was a very good performance, I  couldn’t exactly see what was so special about him that elevated him to the status of “the best actor of all time”. This was the turning point. The point that made me realize the Pacino’s geniality. The point where I became a fan.

Javier Bardem: “"There are two things I believe in, God and Al Pacino"


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domingo, 7 de novembro de 2010

The Social Network (2010, Fincher)


Ontem fui ver o mais recente filme do David Fincher e deixo aqui algumas rápidas considerações.
Last night I went to see David Fincher’s most recent film and I’m going to leave you with some quick thoughts.

- As extremidades do filme são bastante boas. No início, rapidamente percebemos que tipo de personagem Mark Zuckerberg (Eisenberg) é e o seu encontro com Erica Albright (Mara) possui uma subtil intensidade que foi excelentemente marcada pelos dois actores. Uma pequena passagem do diálogo:
- Both the beginning and the ending of The Social Network are really good. In the beginning, we quickly understand the type of character that Mark Zuckerberg (Eisenberg) is and his date with Erica Albright (Mara) has this subtle intensity that was perfectly represented by the two actors. A small excerpt from the dialogue:

Erica Albright: You are probably going to be a very successful computer person. But you're going to go through life thinking that girls don't like you because you're a nerd. And I want you to know, from the bottom of my heart, that that won't be true. It'll be because you're an asshole.

ZING! O final também tem o seu toque cómico que apenas o torna mais interessante.
The ending’s comedic touch also made it a lot more interesting.

- A banda sonora de Trent Reznor, leading man dos Nine Inch Nails é soberba. A música é utilizada para amplificar o clima de tensão, e Reznor não poderia ter feito um trabalho melhor.
- Trent Reznor’s score is superb. The music is used to amplify the climate of tension that the film tries to evoke, and Reznor couldn’t have done a better job.

- Todo o elenco esteve bem, e na minha opinião, ninguém se sobressaiu. Todos os actores envolvidos no filme trabalharam para o mesmo propósito, o que se traduziu numa importante harmonia que originou um resultado final bastante sólido.
- The cast was, generally speaking, good and even. In my fair opinion, no one stood out. All of the actors involved in the movie worked towards the same goal which translated into an harmonious and extremely solid final result.

- O argumento de Aaron Sorkin é bastante perspicaz e muito bem pensado.
- Aaron Sorkin’s screenplay is extremely fast, witty and well-thought.

- O tempo passa a voar, e como tal, tenho que dar crédito a Kirk Baxter e a Angus Wall pela montagem do filme.
- Time flies by, thus, I have to give credit to Kirk Baxter and Angus Wall for editing the movie.

- Apesar de todas estas qualidades, existe algo que originou em mim algum distanciamento perante o filme. Não consigo salientar exactamente o quê, mas fiquei com a sensação de “Filme interessante. Não sei se o voltarei a ver tão cedo, though”.
- Taking everything I said into account, I wouldn’t say that The Social Network is my favorite movie of the year. I can’t exactly pinpoint what made me feel this, but I left the cinema thinking “Interesting movie. Don’t know if I’ll watch it so soon, though”.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

My 20 Favorite Movies: #13. Jurassic Park (1993, Steven Spielberg)


Rawwwwwwwr.

É tudo o que tenho a dizer, obrigado.

Ahah. Not really. Anyway, no décimo terceiro lugar? Jurassic Park. 1993 foi, definitivamente, o ano de Steven Spielberg tendo realizado dois pequenos filmes (não sei se vocês viram, ou ouviram falar sequer, you know, porque são filmes tremendamente obscuros): Schindler’s List e Jurassic Park. Estes dois filmes foram os grandes sucessos do ano (nesse ano, Schindler’s List sagrar-se-ia o grande vencedor dos Óscares, levando para casa 7 estatuetas incluindo as de Melhor Filme e Melhor Realizador, e Jurassic Park bateria o record do box-office, sendo destronado quatro anos depois por outro minúsculo filme... acho que se chamava Titanic, ou algo parecido) e é este segundo que me enche as medidas.


Creio já ter perdido a conta ao número de vezes que já vi este filme – é o filme da minha infância, e passei por períodos em que o via diariamente – mas sempre que o revisito, tudo contínua a parecer-me tão novo, tão fresco, tão fantástico como me pareceu da primeira vez que o vi. Simplesmente, o Jurassic Park tem todos os elementos que procuro num filme de aventura e todos eles são freneticamente geniais também! Ora vejamos: Uma história interessante? Check. Ausência de interpretações más? Check. Uma banda sonora esplêndida? Check. Uma montagem incisiva que explora perfeitamente cada momento de tensão? Check. Som bombástico? Check. Efeitos visuais primorosos? Check. Check, check, check! (ahahah, lembrei-me agora de um sketch de “Goodness Gracious Me” que terminava sempre com um “Check, please!". Peço desculpa pelo pensamento aleatório do dia).
Até ao dia de hoje, a cena em que pela primeira vez vemos o majestoso T-Rex causa-me arrepios, o que é algo de louvar tendo em conta: a) que o filme já tem os seus 17 anos e b) o infindável número de vezes que o vi.


No final de contas, e reiterando tudo o que foi previamente escrito, Jurassic Park é uma verdadeira montanha-russa de emoções em que cada visionamento é puramente divertido e agradável. Apenas pergunto-me: para quando o lançamento de uma edição em Blu-ray? Ou já existe? Em caso afirmativo digam-me onde posso encontrá-la!

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Rawwwwwwwr.

That’s all I have to say. Thank you for stopping by and, please, come again.

Ahah. Not really. Anyway, sitting at the thirteenth spot? Jurassic Park. 1993 was definitely Steven Spielberg’s year, marking his presence on History by directing two little movies (I don’t know if you ever saw them, or even heard of them… you know, since they’re tremendously obscure): Schindler’s List and Jurassic Park. These two movies were the big successes of the year - in said year, Schindler’s List would be the big winner at the Academy Awards, taking home seven golden statues including Best Picture and Best Director, and Jurassic Park would break the box-office record, becoming the highest-grossing movie of all time. However, it would be stripped down of its title four years later, when this other small movie was released… Titanic, or something – and it is the latter that has captured my heart.


I believe I lost count to the number of times I’ve seen this movie – I mean, it basically is that movie, the one that was constantly present during my childhood. There were times when I would watch it on a daily basis – but every time I watch it, I can’t help but feeling that everything is just so new, so fresh, so unbelievable like I felt when I first experienced it.
Jurassic Park, simply, has all the elements that I look for in an adventure movie, and they are all frantically genius as well. Let’s see: An interesting plot? Check. Absense of bad performances? Check. A splendid score? Check. An incisive editing that so beautifully explores every single tension moment? Check. Bombastic sound? Check. Groundbreaking visual effects? Check. Check, check, check! (ahaha, this “Goodness Gracious Me” sketch that always ended with the “Check, please!” line just crossed my mind. Random, I know).
Even to this date, the scene where we first see the majestic T-Rex still sends chills down my spine, and that is something truly admirable knowing that: a) the movie is 17 years old and b) the countless number of times I saw it.


By the end of the day, and backing up everything I previously wrote, Jurassic Park truly is an emotional roller-coaster and every single viewing is purely fun! I just wonder: when will we get a Blu-Ray edition? Or is it already available? If so, then tell me where I can find it!



segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Leonardo DiCaprio cast in "Devil"

"EXCLUSIVE: Leonardo DiCaprio is going to play one of the most prolific serial killers in Chicago history, the 19th Century equivalent of Hannibal Lecter. DiCaprio and his Appian Way partner Jennifer Killoran and Double Features partners Michael Shamberg and Stacey Sher have joined forces to acquire screen rights to The Devil in the White City: Murder, Magic And Madness At The Fair That Changed America, the 2003 non-fiction book by Erik Larson. DiCaprio will play Dr. HH Holmes, a cunning serial killer believed to have murdered anywhere from 27-200 people at a time when the city of Chicago was enthralled with hosting the World's Fair of 1893. Holmes constructed The World's Fair Hotel, an inn more lethal than the Bates Motel, especially for young single women. The sociopath used charm and guile to lure guests into what became known as a "murder castle," a haunt that had a gas chamber, crematorium and a dissecting table where Holmes would murder his victims and strip their skeletons to sell for medical and scientific study.

In a statement, Killoran called the book "truly a one-of-its-kind American story about our nation's first serial killer. We're exited to bring it to the big screen." Said Shamberg and Sher: "This is a big, entertaining thriller in an incredible setting that will appeal to worldwide audience."

DiCaprio hasn't played a role like this, but has long been interested in the notorious killer. Back in 2003, when Tom Cruise optioned the Larson book with the intention to play the killer, DiCaprio set up a rival project, planning to rely on public domain materials of Holmes's murderous exploits. When the book rights came available, Appian Way and Double Features acquired it from Paradigm on behalf of lit agency Black Inc. They will hire a writer and put together a package before making a deal with a studio. Shamberg and Sher used that formula most recently on the Steven Soderbergh-directed Contagion, which stars Matt Damon, Gwyneth Paltrow, Kate Winslet, Jude Law and Marion Cotillard. DiCaprio, coming off this year’s hits Shutter Island and Inception, next plays FBI director J. Edgar Hoover in the Clint Eastwood-directed Hoover for Warner Bros."

Interesting.

My 20 Favorite Movies: #14. El Laberinto del Fauno [Pan's Labyrinth] (2006, Del Toro)

 

“A long time ago, in the underground realm, where there are no lies or pain, there lived a Princess who dreamed of the human world. She dreamed of blue skies, soft breeze, and sunshine. One day, eluding her keepers, the Princess escaped. Once outside, the brightness blinded her and erased every trace of the past from her memory. She forgot who she was and where she came from. Her body suffered cold, sickness, and pain. Eventually, she died. However, her father, the King, always knew that the Princess' soul would return, perhaps in another body, in another place, at another time. And he would wait for her, until he drew his last breath, until the world stopped turning...”

Espanha, 1944. A Guerra civil espanhola havia terminado mas ainda se vivia um ambiente hostil, onde grupos de guerrilheiros lutavam contra o regime fascista que os tentava sufocar. Vemos uma rapariga moribunda, com uma melodia suave a servir de pano de fundo musical. O monólogo acima descrito marca o início do filme do realizador mexicano Guillermo del Toro – El Laberinto del Fauno.


Belo e violento. Mágico, triste e trágico. Fantástico. Estes são apenas alguns adjectivos podem caracterizar a obra de 2006 de Del Toro, onde a fantasia e a realidade se misturam e se entrelaçam para criarem um filme extraordinário. O binómio inocência/brutalidade é aqui muito bem explorado através da grande caracterização das suas personagens: Ofelia (Ivana Baquero) é verdadeiramente fascinada por contos de fadas, devorando todos os livros que encontra sobre isso. Dessa forma, e como maneira de escapar aos horrores que assolam, na altura, o dia-a-dia espanhol, Ofelia encontra nos contos de fadas um verdadeiro refúgio, vivendo-os, tornando-se a própria protagonista dos mesmos. Contudo, quando se muda para a casa do seu padrasto, Capitán Vidal (Sergi López), a sua vida passaria a ser ainda mais turbulenta e penosa. Vidal é um totalitário, sádico e agressivo comandante de exército que trava diariamente uma luta contra guerrilheiros em prol de uma implementação em pleno de um regime fascista em Espanha. A natureza vil de Vidal é um excelente contraste à inocência que Ofelia representa.


São dois os factores técnicos que melhor conseguem imbutir no filme a distinção entre a realidade e a fantasia, destacando-a, e que sustentam a visão do realizador: A fotografia e a banda sonora. Em primeiro lugar temos uma fotografia sublime, que se adequa perfeitamente às situações apresentadas no filme – A realidade é fortemente caracterizada por uma fotografia mais crua, mais escura, e onde a palete de cores utilizada é dominada por tons frios representando a crueldade e o desconforto que Ofelia vai sentindo ao longo do filme. Por outro lado, nas cenas onde a fantasia impera já são utilizadas cores mais quentes que reflectem o conforto e a segurança que Ofelia procura. Em segundo lugar a banda sonora exude o misticismo e o mistério que está por detrás do desenrolar da acção. A intensidade das peças vai escalando à medida que o filme se dirige para o seu climax, e culmina numa suavidade, quase pessimista e derrotista.

Ainda de louvar são os aspectos referentes à maquilhagem e à direcção artística. O nível de detalhe da caracterização do próprio fauno, bem como do pale man, é de uma exímia minuciosidade. Um verdadeiro testamento à genialidade dos artistas por detrás da maquilhagem do filme. Os cenários são também belissimamente talhados, enaltecendo a fascinação pelo fantástico e pelo imaginário.



Quanto às prestações do elenco: sensacionais. Sergi López surge em grande forma encarnando o papel de um dos vilões mais temidos e ameaçadores, sem qualquer traço de humanidade e empatia, dos últimos anos; Maribel Verdú, enquanto empregada (e mais não digo para não spoilar o filme) do capitão confere a força e a garra à sua personagem, o que aliado ao forte carácter maternal e sentimental da mesma traduz-se numa caracterização bastante tridimensional. Ivana Baquero, muito provavelmente a grande revelação do filme, é quem acaba por ter que carregar com o peso do filme todo aos ombros, e sucede genialmente nessa árdua tarefa.

Se é o meu filme de fantasia preferido? Digo seguramente que sim. Vejam-no!

Fun Trivia: O filme recebeu uma ovação de 22 minutos, no Festival de Cannes.


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“A long time ago, in the underground realm, where there are no lies or pain, there lived a Princess who dreamed of the human world. She dreamed of blue skies, soft breeze, and sunshine. One day, eluding her keepers, the Princess escaped. Once outside, the brightness blinded her and erased every trace of the past from her memory. She forgot who she was and where she came from. Her body suffered cold, sickness, and pain. Eventually, she died. However, her father, the King, always knew that the Princess' soul would return, perhaps in another body, in another place, at another time. And he would wait for her, until he drew his last breath, until the world stopped turning...”

Spain, 1944. The Spanish civil war had ended but a hostile environment was still felt, where rebels fought against a fascist regime that was trying to smother them. We see a dying girl, with a soft melody serving as background music. The monologue depicted above marks the beginning of the Mexican director, Guillermo del Toro – El Laberinto del Fauno.

Beautiful and violent. Magical, sad and tragic. Fantastic. These are just some of the adjectives that can describe Del Toro’s 2006 work, where fantasy and reality are mixed to create an extraordinary movie. The innocence/brutality duality is extremely well exposed through detailed characters: Ofelia (Ivana Baquero) is truly fascinated by fairy tales and devours every book about it. It is through fairy tales that she can manage to escape the daily horrors she has to face, and by entering that imaginary world she finds her haven. However, when she moves to her stepfather’s, Captain Vidal (Sergi López) place, things take a sudden turn for the worst, and her life becomes more turbulent and harsh. Vidal is a totalitarian, sadistic and aggressive army officer that fights rebels in a daily basis in order to grant a full and successful implementation of the fascist regime. The evil nature of Vidal serves as a great contrast to the innocence that Ofelia is meant to represent.

There are two technical factors that are better used in order to create and magnify the gap between reality and fantasy, enhancing it, and supporting the director’s vision: The cinematography and the score. In first place, we have a sublime cinematography that adequately portrays the situations presented on the film – Reality is strongly shot by a raw and darker photography, where dark colors have a relevant impact, representing the hard reality Ofelia has to put up with throughout the whole movie. On the other hand, in those scenes where fantasy is the main element, a set of warmer colors is used in order to transmit the notion of security and comfort that Ofelia looks for in that world. In second place, the score exudes the mysticism and the mystery that lies within the narrative’s development. Its pieces’ intensity rises the longer we delve into the film, reaching its peak by the time the climax comes, and ends in a rather low-key, almost pessimistic note.  


Credit must be given where it is due, and in this case, both the make-up and art direction departments deserve it. The level of detail that was necessary in order to fully characterize the faun and the pale man is masterful, and stands as a true testimony to the artists’ geniality. The sets are also beautifully tailored, and they serve as a medium to enhance the fascination for the fantastic and for the imaginary.

As for the cast? They were all terrific. Sergi López becomes one of the most fearful and menacing villains of recent years, without any trace of humanity or empathy. Maribel Verdú as the Captain’s servant (and I won’t say anything else because I don’t want to spoil things) injects the strength and fierceness to her character that when combined with her character’s maternal and sentimental side, translates into a very fleshed performance. Ivana Baquero, probably the film’s revelation, is the one that has to carry out the hardest taks of them all. She basically has to carry the weight of the movie on her own shoulder, and she does it in a rather professional way.

Is it my all time favorite fantasy movie? I can safely say that it is. Watch it!

Fun Trivia: The film got a 22 minute standing ovation at the Cannes Film Festival.


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