terça-feira, 24 de janeiro de 2012

A Corrida aos Oscares II


A lista dos nomeados para a 84ª edição dos Oscares já foi divulgada e pode ser consultada aqui. Hugo e The Artist na liderança das nomeações.

Vi muito pouco dos candidatos às pequenas estatuetas douradas, por isso, ficam os breves comentários. Filme, Realizador, Actores Principais e Argumentos hoje. Actores Secundários e restantes categorias ficam para depois.

Ora muito bem, para Melhor Filme, temos 9 nomeados e que de forma geral batem certo com os que eram previstos por muita gente. Com excepção do Extremely Loud and Incredibly Close. Com isto conseguimos ver que a máquina por detrás desse filme funciona muito bem a um nível interno, dado que a sua recepção não foi exactamente a mais calorosa e que tem sido constantemente ignorado durante o circuito. Dos que vi, Moneyball parece-me ser uma escolha justa e segura. Quanto ao Midnight in Paris, já se esperava. Apesar de ser um filme que nem me aquece nem me arrefece, não levanto grandes problemas à sua inclusão. E ainda temos o The Tree of Life - yeah... adiante.
  • Aposta: O The Artist leva o prémio. 

Os 5 nomeados para Melhor Realizador: Woody Allen, Michel Hazanavicius, Terrence Malick, Martin Scorsese e Alexander Payne. Será que The Tree of Life tem o apoio suficiente para conseguir arrebatar uma vitória nesta categoria? Por um lado o estatuto icónico que Malick desfruta na indústria poderia levar-me a crer que sim, por outro, o facto de não ter figurado no leque seleccionado pela DGA prejudica as suas chances. Se The Artist mantiver o seu ritmo, então Michel Hazanavicius leverá o Oscar para casa por ter trazido um filme da década de 20 para pleno século XXI. 
  • Aposta: O Michel Hazanavicius por The Artist leva o prémio.

Melhor Actor: Esta categoria vem demonstrar a importância dos SAG para a previsão dos nomeados. Demián Bichir ganha tracção e consegue a sua nomeação e Gary Oldman sai vitorioso no duelo com Leonardo DiCaprio. O Michael Fassbender fica a ver navios. Jean Dujardin, Brad Pitt e George Clooney completam o set. Brad Pitt teve um ano em cheio, mas não creio que leve a melhor sobre Clooney. Fica no a pairar no ar a dúvida de para que lado é que a Academia irá pender: para o Drama ou para a Comédia?
  • Aposta: George Clooney por The Descendents.

Melhor Actriz: A Tilda Swinton (cujo papel em We Need To Talk About Kevin é tremendo) fica de fora, após ter conseguido nomeações para os Globos de Ouro, os BAFTA, os SAG e para os BFCA. Aparentemente nunca ninguém tinha conseguido esse feito e falhar os Oscares. Ainda não vi as interpretações nomeadas, pelo que abstenho-me de comentários, por agora.
  • Aposta: Meryl Streep por The Iron Lady ... ?

Para Argumento Adaptado, gosto bastante de ver Moneyball nos nomeados, mas tendo em conta que Aaron Sorkin venceu nesta categoria o ano passado com The Social Network não sei até que ponto consegue repetir a proeza. Não me importaria nada de o ver a fazê-lo.
  • Aposta: The Descendents

E finalmente, para Argumento Original, o Woody Allen é bem capaz de ganhar o Oscar este ano. Mais um para a colecção! Apesar de não partilhar a mesma opinião entusiástica em relação a Bridesmaids, o facto de Kirsten Wiig ter sido nomeada nesta categoria é uma nomeação que a mim me deixa satisfeito. Well done!
  • Aposta: Midnight in Paris

E fico por aqui hoje. Darei continuidade a este tema brevemente. Um bem haja!

The Artist - Estreia nos cinemas nacionais já no próximo dia 2 de Fevereiro.


 

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Um Top 100 dos Bloggers de Cinema

Uma iniciativa que teve em conta algumas listas de bloggers de cinema, com o objectivo de saber quais são os 100 filmes mais acarinhados pelo pessoal. Numa re-edição desta iniciativa seria fantástico reunir um maior número de listas, mas por enquanto esta chega!

407 filmes receberam votos, sendo que os 100 mais representados podem ser consultados aqui.

Entretanto, deixo-vos o Top 10 - que conta com uma grande (e agradável) surpresa! Ou pelo menos não o esperava ver num lugar tão alto.


#1
2001: A Space Odyssey [1968]
Dir. Stanley Kubrik

#2
Cinema Paradiso [1988]
Dir.Giuseppe Tornatore

#3
Vertigo [1958]
Dir.Alfred Hitchcock

#4
Pulp Fiction [1994]
Dir. Quentin Tarantino

#5
A Clockwork Orange [1971]
Dir. Stanley Kubrik

#6
The Lord of the Rings: The Fellowship of the Ring [2001]
Dir. Peter Jackson

#7
The Godfather [1972]
Dir. Francis Ford Coppola
#8
The Lion King [1994]
Dirs. Roger Allers & Rob Minkoff

#9
Fa Yeung Nin Wa (In The Mood For Love) [2000]
Dir. Kar Wai Wong

#10
Psycho [1960]
Dir. Alfred Hitchcock


E parece que amanhã saem as nomeações para os Óscares, não é verdade?

sábado, 21 de janeiro de 2012

Headhunters (2011, Tyldum)


É certo e sabido que a Escandinávia já deixou a sua marca no mundo do Cinema, em grande parte graças ao papel da Suécia neste panorama. Ingmar Bergman foi (e ainda é) um dos nomes mais proeminentes da sétima arte. Esse país nórdico projectou ainda nomes como Ingrid Bergman, Max von Sydow e Liv Ullman (estes dois últimos eram frequentes colaboradores de Ingmar Bergman, tendo aparecido em inúmeros filmes do realizador sueco).

A Suécia continua com um papel relativamente activo no cinema mundial, com filmes como o Maria Larsson’s Everlasting Memories e a adaptação da célebre trilogia de Stieg Larsson, a Dinamarca deu-nos o polémico Lars Von Trier. A Finlândia brinda-nos com.... Nokias. E no meio disto tudo, a Noruega vai se assumindo sorrateiramente como um dos países a ter debaixo de olho. Quer sejam filmes que lidem com Trolls (Trollhunter) ou quer sejam filmes que demonstrem como é que a droga afecta e aliena um comum cidadão (Oslo, 31 August.), a verdade é que com este Headhunters, fico com 3 hits noruegueses e 0 misses. Excusado será dizer que largamente antecipo o que aí vier do Norte da Europa.


Já com um remake norte-americano em vista para 2014 (?), Headhunters debruça-se sobre Roger Brown (Aksel Hennie) – um caçador de talentos para grandes empresas com grande sucesso, que marginalmente rouba valiosas obras de artes para conseguir suportar o seu dispendioso nível de vida. No momento em que tem encontra Clas Greve (Nikolaj Coster-Waldau, mais conhecido pelo seu papel em Game of Thrones como Jaime Lannister), um potencial candidato para ocupar a chefia de uma grande empresa tecnológica, fica a saber que este tem na sua posse um quadro com um valor astronómico, e naturalmente, tenta roubá-lo. Contudo nem tudo corre conforme planeado, e rapidamente os papéis de caçador e presa alteram-se.

Talvez por ser um filme que contenha a sua quota-parte de twists, e por aliar uma determinada quantia de humor em vários pontos-chave do filme (isto já tinha sido observado em TrollHunter) ao seu ritmo rápido, não consegui ver este filme sem pensar várias vezes na obra de Guy Ritchie, Snatch. São contextos diferentes, e histórias diferentes também, mas há algo neste filme que me faz crer que tanto o filme de Morten Tyldum e de Guy Ritchie se complementam bem, e que serviriam para uma excelente sessão dupla para quem gosta deste tipo de thrillers.

É um filme esperto, com estilo e capaz de prender a atenção do espectador, com um elenco sólido, uma montagem concisa e uma história envolvente. Ainda que ache a parte final, que explica ao pormenor o porquê de as coisas terem acontecido da forma como aconteceram, um pouco desnecessária (talvez a teria incluído como um extra no DVD, ou algo do género, mas de qualquer forma), não são os últimos minutos do filme que invalidam tudo o que aconteceu antes, por isso, estou ok com isso.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Ranking Hitchcock


Dei por mim a pensar nos filmes que me faltam ver do Mestre e simultaneamente dei por mim a pensar nos filmes que mais aprecio dele e naqueles que menos aprecio. Daquilo que vi dele:

#1. Rear Window - 1954.
#2. Vertigo - 1958.
#3. The Birds - 1963.
#4. Psycho - 1960.
#5. Strangers on a Train - 1951.

#6. Rebecca - 1940.
#7. The Man Who Knew Too Much - 1956.
#8. Dial M for Murder - 1954.
#9. Notorious - 1946.
#10. Spellbound - 1945.

#11. North by Northwest - 1959.
#12. To Catch a Thief - 1955.
#13. The 39 Steps - 1935.
#14. Torn Curtain - 1966.

Tenho um interesse enorme em ver o Shadow of a Doubt, o Rope e o Lifeboat - por agora. Daqui a uns tempos serão outros, certamente.

Fica lançada a questão: Se só pudessem ver dois filmes de Alfred Hitchcock quais seriam?

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Moneyball & Melancholia

Moneyball (2011, Miller)


Bennett Miller, o realizador que esteve por detrás de Capote em 2005, regressa com o seu novo filme, oferecendo um incisivo olhar sobre o backstage do Baseball. Ainda que não perceba, efectivamente, as regras do jogo, posso afirmar que é um filme que prende a atenção pelo seu inteligente argumento, pelas suas sólidas interpretações e pelos próprios temas que explora. 

À semelhança de filmes como Frost/Nixon e Good Night and Good Luck, o que aqui temos é um realizador que conhece quais são os pontos fortes do seu filme e que não entra em esquemas que prejudiquem o resultado final. O filme surge como um simples veículo para contar a história. E é um grande história. 

Notas positivas para o duo Brad Pitt e Jonah Hill – nunca o tinha visto em papéis dramáticos mas safa-se bem – e  para a montagem, que de tão fluída que é faz com que duas horas e vinte passem a correr.




Melancholia (2011, Von Trier)


O melhor prólogo do ano? Muito provavelmente. Uma sucessão de excelentes imagens que culmina com o choque de dois corpos celestes. O fecho da narrativa é exposto imediatamente nos primeiros 10 minutos do filme mas isso não o impede de ser uma absorvente experiência.

Sempre com a iminente destruição do Mundo como pano de fundo, MELANCHOLIA relata a forma de como é que a relação de duas irmãs (Kirsten Dunst e Charlotte Gainsbourg) é afectada pela depressão de uma delas. O filme está dividido entre duas partes, e neste sentido, é particularmente interessante ver a forma de como é que as personalidades destas duas personagens alteram-se. Enquanto que para uma delas, o receio rapidamente transforma-se na aceitação dos acontecimentos à sua volta como sendo inevitáveis, para outra, o que antes considera ridículo eventualmente torna-se uma fonte de grande stress emocional.

Do pouco que vi de Lars Von Trier, considero este ser um dos seus mais acessíveis filmes (ou mesmo o mais?) da sua autoria, e largamente superou as minhas expectativas. For my money, é um dos candidatos a filme do ano e é seguramente um filme que deve ser fantástico de se ver em blu-ray.

 
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