quinta-feira, 25 de agosto de 2011

O que tenho visto.

Vi cinco filmes nestes últimos dias, ficam algumas considerações sobre os mesmos:


Cloverfield (2008, Reeves) - Bom entretenimento, ainda que o movimento da câmara tornasse difícil de perceber o que efectivamente se estava a passar durante certas cenas do filme. O desenvolvimento das personagens é extremamente insípido, contudo, o que torna a tarefa de nos preocuparmos com elas um tanto complicada. No entanto, o filme cumpre o seu objectivo de entreter durante as duas horas graças aos seus bons efeitos especiais. Acho que iria gostar mais do filme se o tivesse visto antes, por volta da altura do seu lançamento - a narrativa e o próprio estilo do filme começam a tornar-se repetitivos.


The Rise of the Planet of the Apes (2011, Wyatt) - Passando da invasão a Nova Iorque de um monstro para a revolta de macacos em São Francisco. O trailer não me suscitou qualquer interesse no filme e digamos que o acabei por ver por falta de melhores alternativas. Fiquei surpreendido! É um filme bastante sólido e coerente, que expõe os alicerces da icónica série de filmes do Planeta dos Macacos. O James Franco andou por lá, a personagem da Freida Pinto não serve qualquer propósito. A melhor interpretação do filme vem, curiosamente, de Andy Serkins, que interpreta o papel do macaco que lidera a revolução. Muito bom trabalho da sua parte. 


Jane Eyre (2011, Fukunaga) - Um period drama baseado na, várias vezes adaptada, obra de Charlotte Brontë. Com valores de produção excelentemente executados, o que seria de esperar num filme deste género, todo o ambiente de Jane Eyre transparece o estado de espírito da sua personagem principal, e por isso, há que dar crédito ao seu realizador. Outra das razões pelas quais o filme resulta é a própria química existente entre os dois actores principais: Mia Wasikowska e Michael Fassbender vêm apenas consolidar os estatutos de grandes promessas do cinema actual, e sem dúvida que o futuro deles será brilhante.


Hanna (2011, Wright) - Do pouco que vi até agora, a mais recente obra de Joe Wright é o melhor filme do ano. Com uns toques que lembram Run Lola Run e ainda The Bourne Identity, Hanna revela ser um excelente filme de acção, cheio de adrenalina. A banda sonora, a cargo dos Chemical Brothers, é awesome. O enredo denota ainda uma clara ambiguidade sobre as relações entre as personagens, tornando-o infinitamente mais interessante. Interpretações de alto calibre, especialmente as de Saoirse Ronan e Cate Blanchett. Acrescento ainda que as cenas de acção estão muito, muito, muito bem coreografadas. Great stuff.


Wait Until Dark (1967, Young) - "A recently blinded woman is terrorized by a trio of thugs while they search for a heroin stuffed doll they believe is in her apartment." é a premissa do filme. Um portentoso thriller, marcado por uma banda sonora paranóica que se adapta ao filme que nem uma luva. Confinado, em grande parte, a um único local, o sentimento de claustrofobia é uma constante no filme de  Terence Young. Esse sentimento é severamente aumentado quando, parte do final, a ausência de luz faz com que o espectador sinta na pele o que a personagem interpretada por Audrey Hepburn sente durante o filme todo. Excelente toque. Ah, e o Alan Arkin neste filme é verdadeiramente creepy.

Foi um bom leque de filmes.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

The China Syndrome (1979, Bridges)



Um tenso thriller politico com o controverso tema da energia nuclear como pano de fundo.

Kimberly Wells (Jane Fonda) é uma jornalista que lida com notícias ligeiras – aniversários de tigres e afins. Isto até tropeçar num potencial furo de proporções épicas, quando trabalha no seu artigo sobre fontes energéticas alternativas. Aquando da sua visita a uma central nuclear, assiste a um «acidente». Jack Godell (Jack Lemmon) é o responsável pelas operações da central, e apesar de reforçar por várias vezes a Kimberly que o que se sucedeu no seu local de trabalho foi apenas um «pequeno deslize técnico», toda a sua expressão corporal indica o contrário.  Investigações sucedem-se, revelando a potencial catástrofe que poderia ter decorrido do «pequeno deslize técnico» e a inseguraça da própria central nuclear.

James Bridges constrói, aqui, um sólido thriller que cumpre, em muito, a sua função. Os primeiros 20 minutos do filme servem de build-up para o que está para vir, sem que por momentos se perca a intensidade do filme. Este factor é amplamente suportado pela ausência de uma banda sonora que faz com que o espectador se involva mais com o que está a ver, maximizando o impacto e a eficácia do filme. O argumento, e colocando de parte todas as questões técnicas relacionadas com o conceito de energia nuclear e respectivas implicações que possa ter derivadas da sua má gestão, apresenta-se bem delineado e construído.

Jack Lemon surge, em parte, como a alma do filme representando um simples homem que apenas pretende advertir para os perigos que se escondem por detrás da Central Nuclear, da sua construção corrupta. Um homem que apenas quer ser ouvido. Todos os maneirismos e expressões do actor revelam eficazmente aquilo que não está escrito no papel. Sublime.


segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Interview with the Vampire: The Vampire Chronicles (1994, Jordan)



Vampiros nunca me fascinaram muito. São criaturas demasiado... enfadonhas. Por isso, decidi ver este Interview with the Vampire: The Vampire Chronicles com baixas expectativas (quase nulas). A história de um vapiro a contar a sua história pareceu-me interessante.

Brad Pitt interpreta Louis, um jovem vampiro com 200 anos, que em determinada noite encontra Daniel (Christian Slater) um jornalista que demonstra interesse na vida de Louis. E assim começa o filme.

1791 was the year it happened. I was 24, younger than you are now. But times were different then, I was a man at that age: the master of a large plantation just south of New Orleans.

O filme de Neil Jordan (The Crying Game, The Brave One…) é um filme que não aquece nem arrefece. O argumento é relativamente magro, a prestação do Tom Cruise é abismal, o Brad Pitt simplesmente está lá, e a banda sonora, em certas partes, pareceu tão desenquadrada do que se estava a passar que apenas se tornou numa fonte de distracção. 

Pontos positivos para os valores de produção – os cenários e a fotografia estavam muito bem conseguidos – e para a interpretação da Kirsten Dunst, que com apenas 12 anos na altura, consegue encarnar perfeitamente o seu papel e ser a personagem mais ameaçadora do filme.


quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Looking Back At 1998.

#5
Dark City
Dir. Alex Proyas

#4
Lock, Strock and Two Smoking Barrels
Dir. Guy Ritchie

#3
The Big Lebowski
Dirs. Coen Bros

#2
Saving Private Ryan
Dir.Steven Spielberg

#1
Lola Rennt [Run Lola Run]
Dir. Tom Tykwer

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Inside Job (2010, Ferguson)



Um documentário que põe as cartas na mesa e que explica de uma forma incisiva as orgiens que estão por detrás da grande crise financeira que vivemos actualmente, despoletada pela falência do grande banco de investimento Lehman Brothers. Pelo meu dinheiro (no pun intended), Inside Job afigura-se como o melhor filme que vi de 2010.

Criatividade. Algo que procuramos nas mais diversas áreas das nossas vidas. É algo que se deseja, pois cria distinção. O documentário de Charles Ferguson reitera a ideia que uma vez ouvi – a de que a criatividade deverá ser um dos elementos impulsionadores num negócio: quer seja no desenvolvimento de produtos e serviços, de campanhas de marketing, de estratégias de operações que pretendam maximizar a utilidade de todos os recursos disponíveis. Contudo, esta ideologia pode tornar-se perigosamente desastrosa no mundo financeiro, causando terríveis repercusões macroeconómicas.

É um filme que suscita angústia e frustração perante a avareza desmedida humana - "como se ganhar milhões por ano não fosse suficiente, então vamos lá fazer uns esquemas para ganhar ainda mais. O quê? O outro ganhou 10 milhões de dólares a mais que eu? Inadmissível, o que posso fazer para ganhar ainda mais e consolidar a minha importância neste meio? Já sei, vou causar o despedimento e o desalojamento de milhões de pessoas". Enfim.

O papel das agências de rating nesta crise é, então, extremamente cómica. Quando inquiridos sobre o facto das suas agências classificarem determinados investimentos como AAA (quando na verdade não passavam de lixo), os representantes máximos, na altura, da Moody's, da Standard & Poor's e da Fitch, limitam-se a referir que a classificação que atribuem aos investimentos é apenas a opinião deles e que o mercado não se deveria reger por elas. lol.

A contaminação chega ainda ao mundo académico, onde as pesquisas de figuras proeminentes do universo económico são subornadas para reflectirem resultados que melhor agradem aos principais players neste sector. 

É algo verdadeiramente assustador.




sexta-feira, 5 de agosto de 2011

DOA Random Survey VIII


Façam as vossas escolhas!

#1 A Trilogia Bourne: Identity, Supremacy ou Ultimatum?
#2 Qual o vosso filme preferido a preto e branco?
#3 Os filmes de Roman Polanski: Rosemary's Baby, Chinatown ou The Pianist?
#4 Qual é o melhor realizador da actualidade?
#5 Schindler's List ou Saving Private Ryan?

Nota: Gostava de obter sugestões vossas sobre possíveis questões futuras, por isso se se lembrarem de algumas ou se gostarem de ver alguma questão que ainda não tenha sido abordada, enviem-nas para: notesonmyfilms@gmail.com 

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Super 8 (2011, Abrams)


Do produtor de séries como Lost e realizador de filmes como o Star Trek (2009) - J. J. Abrams - e com carimbo de Steven Spielberg, chega às salas Portuguesas o Super 8.

No meio da rodagem do filme que Charles (Riley Griffths) quer submeter para um festival de cinema para jovens realizadores (um delicioso filme de zombies), Joe Lamb (Joel Courtney), Alice Dainard (Elle Fanning) e companhia deparam-se com um desastroso acidente de comboio que dispersa um clima de mistério pela pacata cidade de Lilian.

Não tendo visto o trailer deste filmes antes de o ver, apenas sabia por alto do que se tratava e de que tinha o cunho pessoal de Steven Spielberg. Fiquei bem surpreendido, dado que Super 8 sure como um excelente misto de humor ("Production Value!" será, seguramente, uma das minhas falas preferidas do ano) e de aventura!

Se bem que o filme é relativamente previsível e que não traz nada de propriamente inovador para a mesa, Super 8 cumpre o seu principal objectivo na perfeição: o de entreter. Excelentes efeitos especiais, um elenco extremamente sólido (surpreendente, tendo em conta a tenra idade dos principais actores neste filme) e uma história com coração.
P.S: Não saiam assim que os créditos comecem a rolar. A "curta" que lá está é um dos highlights do filme. Eu pagaria para vê-la! Ahah.
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