sexta-feira, 29 de abril de 2011

Sucker Punch (2011, Snyder)


Eis um filme que não consigo exactamente perceber o porquê de ter sido um flop nas bilheteiras (especialmente nos Estados Unidos porque tanto quanto sei, foi pouca a divulgação do filme em Portugal – devo ter visto uns três outdoors do filme e pouco mais). Diria que é um bom filme de acção, um bom veículo de entretenimento que oferece aos espectadores duas horas de mindless entertainment.

Acho também que é um daqueles filmes em que o proveito é maior quanto menos se souber da história, por isso não vou entrar em grandes pormenores acerca do desenrolar da narrativa.
Começo por dizer que o início do filme está muito bem executado – a ausência de diálogo resulta particularmente bem neste segmento devido à grande força visual das imagens de Snyder, e quando combinada com uma excelente escolha musical, tornam o impacto da cena relativamente grande. Devo dizer que fiquei impressionado.

O ponto forte do filme é indubitavelmente a acção. De forma a escapar da cruel realidade em que Baby Doll (Emily Browning, adequada) se encontra ela encontra na sua mente um mundo de fantasia e é aí que encontra o seu refúgio. É, também, aí que o show começa. Destaco só duas das fugas da realidade: A primeira – com os Samurais – e a das Trincheiras, são ambas excelentes cenas de acção! Zack Snyder continua, contudo, a brindar-nos com os repetitivos slow motions que, apesar de injectarem um estilo interessante durante as primeiras vezes em que são utilizados, tornam-se cansativos à medida que o filme vai progredindo para o seu epílogo.




O ponto fraco do filme seria o argumento (algumas personagens são horrivelmente escritas: “Don't ever write a check with your mouth you can't cash with your ass”. Really? Really?!), mas não chega a ser mau ao ponto de tornar o filme insuportável. Também, quem espera ver em Sucker Punch um excelente argumento, do mesmo calibre de alguns dos mais conceituados argumentos, necessita de fazer um reality check rapidamente.

De qualquer forma, se tiverem duas horas para matar e se gostarem de acção Sucker Punch é uma boa aposta.

domingo, 24 de abril de 2011

DOA Random Survey Part IV.

Voltando a pegar neste Delusion Over Addiction: Random Survey, peço que façam as vossas escolhas! Go for it!

#1 Jessica Alba ou Megan Fox?
#2 There Will Be Blood ou No Country For Old Men?
#3 Batalha dos filmes de Zack Snyder: 300, Watchmen ou Sucker Punch?
#4 The Good, The Bad, The Ugly ou Once Upon A Time In The West?
#5 Before Sunrise ou Before Sunset?
#6 Qual é o país que produz os melhores filmes?

Nota: Gostava de obter sugestões vossas sobre possíveis emparelhamentos futuros, por isso se se lembrarem de alguns: notesonmyfilms@gmail.com

It's a landmark! Part II

20 mil visitas

Um muito obrigado a todos aqueles que por estes lados têm vindo a passar. Aproveito este milestone para dizer que estou completamente receptivo a sugestões de melhorias, a ideias que gostassem de ver exploradas neste blogue, e tudo mais que achem pertinente comunicar!

Um muito obrigado, mais uma vez!

sábado, 16 de abril de 2011

The Adjustment Bureau (2011, Nolfi)


Este foi o primeiro filme de 2011 que vi, e se o primeiro filme que uma pessoa vê é reflectivo da qualidade dos filmes que se avizinham, então temo que 2011 seja um ano relativamente pobre.

Matt Damon e Emily Blunt protagonizam um filme no qual o destino assume um papel preponderante. David Norris (Matt Damon) é uma jovem promessa no panorama político norte-americano e Elise (Emily Blunt) é também uma promissora bailarina contemporânea. A evolução das suas carreiras, a concretização de todos os seus sonhos, e as fundações da relação de Damon e Blunt estão nas mãos de uma entidade superior, que atribui um plano de vida a toda e cada uma viva-alma do planeta.

A existência do Adjustment Bureau serve apenas para colmatar os desvios que as pessoas vão cometendo no percurso que já lhes está predefinido.


Ora bem, enquanto que a química entre os dois actores principais está muito bem conseguida (e atrevo-me a dizer que se não fosse a forma como ambos jogam com aquilo que lhes foi dado, então o filme de Nolfi seria seguramente a experiência mais infeliz que tive num cinema desde o fiasco que foi o CONTRALUZ) e os actores secundários (nomeadamente Anthony Mackie e John Slattery) também conseguem injectar alguma vivacidade no filme, o mesmo não se pode tão pouco aplicar aos restantes elementos do filme.

Em primeiro lugar, o argumento é extremamente inconsistente, e aquilo que parecia ser um filme interessante durante os primeiros 20 minutos depressa se torna desinteressante, banal e enfadonho. Depois, todo o tema da água é um caso suficiente para suscitar uns quantos wtf? por parte da audiência. A realização é relativamente mundana, também.


Enfim, creio que a apreciação deste filme deve-se, em parte, às posições que cada um de nós toma acerca do Destino: Uns acreditam que está traçado desde o momento em que nascemos. Outros acreditam que o destino é feito mediante a vontade de cada um de nós. Eu insiro-me nesta última categoria.


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This was the first 2011 movie I saw, and if the first movie one sees is somewhat reflective of the quality of the films that are coming in our way, then I’m afraid it will be a relatively poor year.

Matt Damon and Emily Blunt star in a movie in which Destiny plays an extremely important role. David Norris (Matt Damon) is a young promise on the north-American political landscape and Elise (Emily Blunt) is also a promising contemporary dancer. Their career’s evolution, their dreams and aspiration and the foundations on which Damon and Blunt’s relationship is based on are in the hands of a superior entity, that establishes a life plan to every single living soul in the planet.

The existence of an Adjustment Bureau serves the purpose to make sure people get back on track if they take small «detours» along the way.

So, as the chemistry between the two leads is palpable and extremely believable (and dare I say, if it weren’t for the way the two actors play each other off and rise up from the roles they were given, then Nolfi’s full lenght feature would, certainly, be the most unfortunate experience I’ve had in a theatre since the drivel that BACKLIGHT was) and the supporting actors (namely, Anthony Mackie and John Slattery) also inject some energy in the film, the same does not apply to the other elements of the picture.


Firstly, the screenplay is extremely inconsistent, and what seemed like an interesting movie in the first 20 minutes, soon becomes uninteresting, average and boring. And what’s the deal with that water theme? It is sufficient to arouse some wtf? from the audience. Nolfi’s direction is also relatively mundane.

On an ending not, I do believe that the level of enjoyment one gets from this movie is proportionately related to what one feels towards Destiny: Some believe that we all have a plan clearly defined the moment we are born. Others believe that our own actions shape up the path we go through during our lifes. I’d include myself in the latter category.
  
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quinta-feira, 14 de abril de 2011

Adaptações que gostava de ver no grande ecrã: Final Fantasy VII


Yes. Final Fantasy VII. Acredito que, se algum dia for feita uma adaptação integral do popular jogo de vídeo, então estaremos na presença de uma das grandes obras-primas do cinema. Tenho dito.

Ou então nem que seja só para ouvir esta peça genial no grande ecrã:

Nobuo Uematsu - One Winged Angel

terça-feira, 12 de abril de 2011

DOA Random Survey Part III.


Bem vindos a mais uma volta!

O que irá trazer esta terceira parte? O que possivelmente poderá sair daqui? Hoje é lançado dentro deste desafio um mini-desafio. Nada de extravagante. Será apenas uma pergunta aberta. Por isso, vamos masé para mais uma nova edição do Delusion Over Addiction Random Survey!

#1 Godard ou Truffaut?
#2 Martin Landau em Ed Wood ou Samuel L. Jackson em Pulp Fiction?
#3 Titanic ou Avatar?
#4 Batalha das bandas sonoras de Clint Mansell: Requiem For a Dream, The Fountain ou Black Swan?
#5 Tree of Life ou Melancholia?
#6 O filme em questão é o Gone Baby Gone (2007) realizado por Ben Affleck. Questão: O que teriam feito vocês no final?

Agradeço desde já as vossas contribuições! São muito apreciadas. 

Nota: Gostava de obter sugestões vossas sobre possíveis emparelhamentos futuros, por isso se se lembrarem de alguns: notesonmyfilms@gmail.com
 

sábado, 9 de abril de 2011

I Saw the Devil (2010, Kim)



I Saw the Devil indeed. O mais recente thriller sul-coreano de Jee-woon Kim é realmente impressionante – quer pela sua premissa perturbadora, quer pelas suas imagens marcantes, quer pela tensa atmosfera que se faz sentir ao longo do filme todo.

Algumas quick notes:

Apesar de considerar este Devil mais forte e brutal nas temáticas que explora, o filme fez-me lembrar por diversas vezes o Se7en de David Fincher.
Fotografia exemplar.
Interpretações ainda mais exemplares: Byung-hun Lee e Min-sik Choi são dinamite no ecrã.
Existem algumas cenas que eram passíveis de mais algumas edições, e como tal, tendem-se a arrastar.
A última cena do filme (Byung-hun Lee a afastar-se) é capaz de ser a minha cena preferida de 2010, e não consigo explicar bem porquê. Hm.
De uma forma geral, é recomendado para quem gosta de filmes muito intensos e com estômago forte.

RIP Sidney Lumet.


Não são muitos os realizadores que podem dizer que realizaram filmes como 12 Angry Men, Dog Day Afternoon, Running on Empty, Network, Murder on the Orient Express, ... dá para perceber. RIP.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

DOA Random Survey Part II.


E vamos nós para o second round!

#1. O género «Animação»: Uma praga sem conteúdo ou o género com maior potencial de ser explorado?
#2. Marlon Brando ou James Stewart?
#3. 3 Way Hitchcockian Battle: Rear Window, Vertigo ou Psycho?
#4. Os anos 50 ou os anos 60?
#5. Se7en ou The Silence of the Lambs?
#6. Inception: Sonho ou Realidade?

E já agora, se alguém souber como transformar as questões acima enunciadas numa espécie de questionário online - you know, clicar na resposta que pretendem dar e aquilo depois vai totalizando os números de respostas - por favor, mostrem-me como! [Sem ser a opção de colocar na lateral, que essa já conheço. eheh]

sábado, 2 de abril de 2011

O que tenho visto ultimamente


Nestes últimos tempos tenho estado numa onda de anos 70 e vi três filmes dessa década.


O primeiro foi Carrie (1976), obra de culto do realizador Brian de Palma. Já tinha ouvido falar da icónica cena do sangue de porco, contudo não tinha qualquer noção acerca do contexto sobre a qual ela ocorre. Tinha também ouvido falar no estatuto de Carrie enquanto marco no género de terror.

Carrie (Sissy Spacek) é uma jovem extremamente introvertida com uma particularidade. Ela tem o poder da telekinesia (não faço ideia se está bem escrito ou não), isto é, a habilidade de mover objectos com a simples força da mente. Gozada por todos, com uma mãe ridiculamente fanática, Carrie não tem muitas razões para ser feliz, até que chega o dia em que ela é convidade para ir ao baile de finalistas da escola onde anda.

Não achei que a primeira parte fosse necessessariamente interessante, e chega a roçar o enfadonho em certas partes, contudo, a partir do momento do baile o filme ganha uma nova vivacidade e uma nova energia e aqueles que viram o filme sabem que é nesse instante que os portões do Inferno se abrem.

De salientar dois pontos muito muito fortes: A interpretação de Sissy Spacek é verdadeiramente genial. Spacek demonstra toda a sua versatilidade enquanto actriz quando comparamos a interpretação dela pré-prom, durante o prom e pós-prom – três facetas distintas, três facetas bem delineadas. Sissy Spacek em Carrie foi ainda a primeira pessoa num filme de terror a receber uma nomeação para Melhor Actriz Principal nos Óscares. Well done!


O outro ponto forte de que queria falar é a montagem que é meticulosa. Uma cena que é um testamento à genialidade de Paul Hirsch é a da coroação de Carrie. Toda a cena, desde o momento em que Carrie é eleita a rainha do baile até ao momento em que a coroa é colocada na cabeça dela é um exercício impressionante no que concerne à montagem. O espectador sabe o que vai acontecer mas o nível de tensão deste pequeno momento é algo que deixaria Alfred Hitchcock orgulhoso.

 
O segundo filme foi Badlands (1973) de Terrence Malick. Foi o primeiro filme que vi dele, apesar de já estar interessado na filmografia dele há algum tempo. O DVD estava a um preço convidativo, e lá decidi comprá-lo.

Ora bem, o que dizer de Badlands. Não posso dizer que tenha superado as minhas expectativas, isso é certo. Não consegui perceber a relação de Kit (Martin Sheen) e de Holly (Sissy Spacek) - nem por um momento consegui encará-la como algo... credível. Depois temos reacções hm, estranhas, por parte de ambas personagens. 

É-me difícil escrever sobre filmes que tenham provocado uma reacção tão neutra como este filme me provocou. Quanto à fotografia, elemento aparentemente notório nos filmes de Malick, também nada por aí além, creio eu.

A minha reacção ao filme: um grande “Meh!


Por fim, e como o melhor fica sempre para o fim, vi o The Sting (1973, Roy Hill). Fantástico! Um daqueles filmes que conseguem captar a nossa atenção desde o primeiro minuto até ao desenrolar dos créditos finais graças ao seu envolvemente argumento.

Não consigo encontrar grandes falhas na obra de George Roy Hill. Tem um grande ritmo, a narrativa desenrola-se de uma forma bastante perspicaz, há um chefe da máfia irlandês, apostas e uma apelativa banda sonora. Altamente recomendado. Será, certamente, um filme que irei revisitar frequentemente no futuro. 



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