domingo, 25 de novembro de 2012

Skyfall (2012, Mendes)


O terceiro Bond de Daniel Craig conta com um início bombástico (créditos – muito criativos -  incluídos) que relembra o fantástico Casino Royale. No entanto, esta elevação das expectativas no início do filme prejudicam o resto do mesmo simplesmente porque a partir daí é sempre a descer.

Skyfall é relativamente magro e a sua história não é suficientemente forte para justificar uma duração que pende para as duas horas e meia. A meio do filme o interesse inicial já se tinha dissipado em grande parte e no final já não estava minimamente envolvido com o que se passava no ecrã. 

Sam Mendes já fez muito melhor, mas também, com o argumento que tinha com que trabalhar... não poderia sair dali um milagre. Apesar de tudo, Craig mantém o registo, a Dench serve o propósito e o Bardem é uma agradável introdução no universo Bond.  Skyfall tem ainda uma boa fotografia. Bom trabalho de Roger Deakins.


4.5/10.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

The Hunger Games (2012, Ross)


NOMNOMNOMNOMNOMNOMNOMNOMNOMNOMNOMNOM. Eheh.

Contextualizado num futuro distópico, The Hunger Games centra-se num evento anual (que dá o nome ao filme), resultado de uma forte rebelião que colocou uma nação à beira do colapso. Para que todos se lembrem – para todo o sempre – de todo o mal que foi causado, entidades superiores exigem que cada distrito sacrifique um jovem rapaz e uma jovem rapariga para participarem n’Os Jogos da Fome. 12 distritos. 24 participantes. Lutam até à morte até que só exista um sobrevivente, que é consagrado como o campeão dos jogos. É o preço que os distritos têm que pagar pelos danos que em tempos causaram. Estes jogos são transmitidos na televisão, em direto, pelo que garantem sempre os níveis máximos de audiência! Yay! ... yay?

Adiante. A última edição fica marcada logo no seu início, pelo acto de solidariedade de Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) para com a sua irmã, Primrose. O nome de Primrose é o eleito para representar o seu distrito, mas Katniss voluntaria-se para participar nos jogos, no lugar da irmã. May the odds be ever in your favor, diz-se por aí.


O início dos jogos é consideravelmente forte, ainda que o movimento da câmara não permita o discernimento completo do massacre que ocorre. A caracterização do espaço e das personagens está bem conseguida e a Jennifer Lawrence assume a total liderança do ecrã, provando que é um dos grandes talentos a emergir na actualidade e conseguindo aliar o seu nome a um estrondoso sucesso de bilheteiras.

Mas aquele argumento? Perde toda a credibilidade nos momentos finais, em que toda a lógica e coerência são mandados por fora da janela. *SPOILER* Sim, estou a falar de toda aquela história de «Organização: eheh-o-pessoal-quer-uma-história-de-amor-então-vamos-fazer-com-que-o-casalinho-ganhe» que rapidamente passa para «Organização: bahahah-seus-donkeys-enganámo-vos-então-um-de-vocês-tem-de-morrer-para-que-os-jogos-acabem-e-só-exista-um-campeão!» que no minuto seguinte passa para «Casalinho: oh-então-vamos-os-dois-cometer-suícidio-e-assim-ninguém-ganha-e-estragamos-a-festa-toda :<» que no segundo seguinte passa para «Organização: OH-NÃO!-não previmos-algo-disto-a-acontecer...-ok-yay!-vocês-são-os-grandes-vencedores-yay!!»*/SPOILER* ... makes no sense.

Inúmeras foram as comparações feitas entre The Hunger Games e o filme de culto japonês Battle Royale, essencialmente por partilharem o mesmo conceito. São, no entanto, filmes distintos. Em Battle Royale, a abordagem ao conceito é feita de uma forma mais fria e calculista, enquanto que em The Hunger Games essa abordagem assume um carácter mais sensível e não tão brutal, glamorizando até o conceito.

No final de contas, The Hunger Games é um filme competente, mas que é arruinado por aquele final desastroso (já não me lembrava da última vez que tinha ficado tão aborrecido com um final mau).

 Katniss: "Peace out. I'mma win this shit and be rich!"

6/10.
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