terça-feira, 14 de setembro de 2010

Product Placement: Part I

 
Antes de tudo, vou dar-me a conhecer um pouco melhor. Tenho 21 anos, e neste momento encontro-me a iniciar a minha tese de mestrado em Marketing no ISCTE. Como considero-me um grande amante da sétima arte, e como sempre me disseram para definir um tema de tese numa área que me agrade, a escolha da mesma incidiu naturalmente no cinema. O tema escolhido será então: A influência do product placement, em filmes, no processo de decisão de compra dos consumidores.

Sendo alvo de avultados investimentos, o product placement é hoje uma indústria que movimenta milhares de milhões de dólares. O product placement consiste, então, numa inclusão compensatória de marcas, ou produtos cuja marca é facilmente identificada, através de meios audio e/ou visuais num determinado medium (Karrh, 1998), neste caso, em filmes.

É considerada como sendo uma forma de comunicação híbrida uma vez que adopta diversas características inerentes a outras formas de comunicação como Celebrity Endorsements, Relações Públicas ou Patrocínios (Hackley et al., 2008). É uma ferramenta que está presente desde os tempos primordiais de Hollywood: em 1916, os estúdios LKO/Universal produziram um filme cujo título é She Wanted a Ford. Vários exemplos conseguem-se retirar através dos mais variados títulos produzidos em solo Norte-Americano. A título exemplificativo, destaco o papel, digamos, preponderante que a máquina de vendas da Coca-Cola possui no clássico Dr. Strangelove Or: How I Learned to Stop Worrying and Loved the Bomb de 1964, realizado por Stanley Kubrick. Contudo, o evento que despoletou o maior interesse por parte dos profissionais de marketing e de publicidade foi E.T. The Extra-Terrestrial (1982, Spielberg). Numa determinada cena, o actor Henry Thomas utiliza uns doces – os Reese’s Pieces da Hershey – de forma a tentar atrair o pequeno extra-terrestre. O filme foi um grande sucesso junto do box office norte americano, e três meses após o lançamento do filme, a Hershey, num comunicado, afirma ter registado um aumento de vendas desses mesmos doces na ordem dos 65%.


Este é apenas um primeiro post acerca de um tema que pretendo vir a aprofundar nos próximos tempos.

E vocês? Que acham desta prática? É apenas uma forma gananciosa que as empresas utilizam de forma a tornarem os seus produtos visíveis? Será uma forma de conferir um maior realismo e dinamismo a certas cenas? Será distractiva? Ou passa despercebida? Digam de vossa justiça!

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First of all, I’m going to let you know a little bit more about me. I’m 21 years old, and I’m currently starting my thesis in order to get a Masters Degree in Marketing at ISCTE. Since I tend to think myself as a cinema lover, and since pretty much everyone around me told me that it was best for me to choose a subject that was related to something I like, the one I chose has cinema as its main focus. I’ll be doing research on: The Effects of Product Placement, in movies, on the Individual Decision Making Process.


Being the target of high investment, product placement is now a billion-dollar industry. Product placement is then defined as a paid inclusion of branded products or brand identifiers, through audio and/or visual means within mass media programming (Karrh, 1998), in this case, in movies.

Product placement is considered to be a hybrid form of communication since it embodies different aspects of several communications tools, such as celebrity endorsements, public relations and sponsorship (Hackley et al, 2008).
The integration of branded products on scenes from movies is a technique that has been used since the primordial times of Hollywood, even before the First World War: In 1916, the LKO/Universal studio produced a silent film with the explicit title She Wanted a Ford. Several examples can be withdrawn from films produced in North America. For example, Stanley Kubrick’s Dr. Strangelove: Or How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb (1964) features a Coca-Cola vending machine in a, let’s say, prominent role, and becomes actually relevant to the story. However, the event that made attention towards this subject soar through the roof was the release of Steven Spielberg’s E.T.  The Extra-Terrestrial (1982): In a particular scene, the actor Henry Thomas uses a brand of sweets – Hershey’s Reese’s Pieces – in order to attract the alien. The movie was a big hit with the box-office. Three months after E.T.’s release, Hershey made a claim that the sales for the pieces of candy portrayed in the film increased 65%.

This is just the first post of a series that I intend to discuss with a little bit more depth in the next times.

What about you? How do you feel about this practice? Is it just a greedy way that companies use in order to turn their products visible? Is it a way to make certain scenes more real and dynamic? Is it a distractive practice? Or don’t you even notice it?
Tell me what’s on your mind!

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5 comentários:

  1. para mim a comida nunca passam despercebida num filme...Mas eu sou uma pessoa gulosa, o típico público-alvo desses senhores hehe :P

    mas ja na minha empresa utilizam actores de novelas para usar os seus relógios e a verdade é que as vendas a...umentam consideravelmente. Influencia, sem dúvida.

    Estas personagens dos filmes/novelas/reality shows são muitas vezes "role-models", a nosso ver "perfeitos", que têm a vida que desejávamos ter... e se as virmos a utilizar artigos no seu dia-a-dia, mesmo que não nos apercebermos na altura do impacto que tem em nós, iremos desejar ter esses produtos. E compramos.

    Tens de ler o livro the Seth Godin "All marketers are liars" (já falei disso no meu blog mas pronto, não sei se leste). Os marketers que são os "maus-da-fita" e eles não metem ao consumidor. Eles contam uma história e nós escolhemos acreditar e compramos a história!

    Muito bom tema para a tese, adoro ;)
    cinema+marketing = a combinação perfeita

    Boa sorte!

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  2. Deve ser uma tese interessantíssima. Desejo-te muito boa sorte. E olha, não sei se já te ocorreu esse exemplo para a tese, mas o KING KONG do Peter Jackson é excepcional! Tens Nestlé, Pepsodent, Coca cola e até a Universal, que produz o próprio filme!

    Cumps.
    Roberto Simões
    » CINEROAD - Há 2 Anos na Estrada do Cinema «

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  3. Joana - Muchas gracias por su visita! ahah o meu espanhol rocks! :D Concordo com o que disseste acerca do papel "extra" que os actores desempenham na vida de todos nós, e já li uns artigos que confirmam essa mesma experiência! Será, certamente, um aspecto que irei tentar desenvolver na tese :D

    Ahaha, por acaso, o último livro que li foi esse mesmo. Dei por mim a concordar com imensas passagens do livro, e também o achei bastante rico em termos de exemplos: Certos pormenores fazem toda a diferença nos dias que decorrem! ;) *

    Roberto - Obrigado pelos votos de boa sorte :D Por acaso ainda não tinha pensado nesse exemplo, e vem mesmo a calhar! Estava a tentar fazer uma lista de filmes que incorporem product placement, e quase de certeza que agora irei pegar no King Kong :D Um muito obrigado outra vez. Abraço!

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  4. Um tema muito, muito original. Tenho a certeza de que vais conseguir ter aqui um grande trabalho. Fico à espera. Boa sorte.

    PS: No caso português, e de algo recente, tens algo que chega a ser escandaloso - há uma cena em "Funeral à Chuva", em que todos bebem Super Bock e a própria cena parece um anúncio da marca.

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  5. Diogo - Obrigado pelas palavras e pelos votos de boa sorte. Irei precisar delas! ;)

    Ainda não vi o "Funeral à Chuva", mas fiquei intrigado agora! ahah :D Abraço

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