Duas semanas. Quatro filmes. Cá estão alguns pensamentos sobre eles.
Two weeks. Four movies. Here are some thoughts about them.
Two weeks. Four movies. Here are some thoughts about them.
Exit Through The Gift Shop (2010, Banksy) – Uma fascinante introspecção sobre o mundo underground da arte urbana. Este documentário relata a obsessão de um homem - Thierry Guetta – com esse mundo, e o seu próprio envolvimento com o mesmo. Thierry não saía de casa sem a sua câmara de filmar, e começou por acompanhar o seu primo enquanto este deixava as suas marcas nas ruas de Los Angeles, filmando-o. Após uma série de eventualidades e de contactos, uma ideia acaba por fixar-se na mente de Thierry: Deixaria de assumir um papel secundário no mundo da arte urbana, e tentaria vingar no mesmo, estabelecendo-se como um artista de renome.
Um dos aspectos que mais gostei no filme, foi o facto de expôr de uma forma clara o comercialismo da arte urbana. É um mundo, socialmente julgado, capaz de induzir nas pessoas uma reflexão sobre os vários temas que são retratados nas suas peças, e o seu caractér único pode acabar por se traduzir em valores monetários astronómicos (Em certa altura do filme, uma especialista em arte acaba por afirmar que pessoas que têm quadros de Picasso em casa começam a procurar cada vez mais peças de artistas como o Banksy e companhia). Muito bom!
Nota: 9/10
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A fascinating look into the underground world of street art. One of the aspects I liked the most was the fact that it shows the commercialism of this kind of art. It's a, generally, frowned upon world by social standards, but it is also an extremely thought provoking world, that makes people really question what they're seeing, and how they feel about it. The unique nature of the art pieces can ascend into astronomical figures, but I don't think that the world of street art cares too much about that. They just want to leave a mark! Very Very Good.
Rating: 9/10
Blade Runner (1982, Scott) – A próxima paragem foi no mundo futurista de Ridley Scott. No ano de 2019, em Los Angeles, Deckard (um Blade Runner) é encarregue de encontrar e liquidar quatro réplicas que escaparam de uma colónia com o intuito de encontrarem o seu criador, para que este lhes possa prolongar a sua longevidade. É, também, um filme muito bom. Uma realização que confere ao filme uma “aura” reminiscente dos filmes noir, e uma direcção artística simplesmente perfeita são os dois aspectos que mais admirei no filme. Aliado a isso temos ainda boas interpretações (Daryl Hannah assimila integralmente o que é ser uma réplica, e Rutger Hauer leva ao ecrãn um desempenho memorável e ameaçador!), e um argumento que levanta importantes questões filosóficas.
Nota: 9/10
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My next stop was on Ridley Scott's futuristic L.A. This one is also a very good movie. The direction is extremely solid, and it gives this noir aura to it (which I just love), and the perfect art direction are the two main aspects that I loved the most about this film. Combining that with good performances (Daryl Hannah's, in particular, is extremely.. fun to watch, and Rutger Hauer delivers a chilling and menacing performance as the replicants gang leader) and a script that raises important philosophical questions, and we have ourselves a great movie!
Rating: 9/10
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The Graduate (1967, Nichols) – Com o estatuto de clássico, estava bastante interessado em ver este filme. Devo dizer que fiquei ligeiramente desapontado. O filme flui com bastante naturalidade, e nem dei pelo tempo passar, contudo tive alguns problemas com o argumento. Não percebi o que levou certas personagens a realizarem algumas acções: Ok, o Benjamin estava preocupado com o seu futuro, acaba por envolver-se com uma senhora mais velha, e posteriormente apaixona-se pela filha dela. Hm. Depois as coisas não correm da melhor forma, a relação o Benjamin e a Elaine deteriora, e mesmo assim ele tenta obstinadamente casar-se com ela. Ela soube da relação que Benjamin teve com a sua mãe, odeia-o (de certa forma, acho eu), e mesmo assim, foge com ele. Hm. Acho que há algo aqui que não bate certo. De qualquer forma, o filme contém algumas cenas icónicas que conferem ao mesmo o já referido estatuto de clássico, e as interpretações são, de uma forma geral, muito boas.
Nota: 7/10
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It's such an acclaimed classic, that I just had to watch it. But unfortunately, I must say I got myself a little bit disappointed. It's a good movie, by all means, and its editing flows in a very natural way (I didn't look at my watch once) but I had some problems with its script: I didn't fully understand what made the characters behave the way they did. I mean: Benjamin worries about his future. He involves himself with an older lady, but falls in love with her daughter. Benjamin and Elaine's relationship begins to deteriorate, and he pushes himself to get married with her. She's all "I hate you", after knowing the past he shared with her mother, but still runs away with him in the end. Maybe it's just me, and maybe I'm missing something, but it doesn't add up. Anyway, the film has its share of iconic scenes that make the classic that the movie is nowadays, and overall, it also contains great performances.
Rating: 7/10
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Leaving Las Vegas (1995, Figgis) – Grande filme. Conta a história de um argumentista que decide ir para Las Vegas, seguindo um caminho que o próprio definiu com o destino final auto-destrutivo: Beber até à morte. No meio de desempenhos excepcionais (Eu não me considero grande fã da arte performativa do Nicolas Cage, mas ele, enquanto Ben, realmente deu o litro (ahaha) neste papel. Elisabeth Shue (Sera) é uma revelação!), o argumento assume um destaque preponderante, tendo um cariz bastante original – apesar de ser adaptado (se é que isto faz algum sentido). O filme retrata então os últimos momentos de Ben na cidade do pecado, e a sua relação com uma prostituta, Sera. Para além disso, o filme acarreta ainda um grande impacto emocional. Great Great Great Stuff!
Nota: 10/10
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Great movie. Leaving Las Vegas depicts the path to self-destruction, by the means of alcohol, of a screenwriter in the city of sin. In the middle of fantastic performances (I'm not exactly Nicolas Cage's biggest fan, but he really gave it all in this role. Elizabeth Shue was also a revelation!), the script stands out due to its original nature - even though it is adapted (if that makes any sense...). Leaving Las Vegas is a harrowing experience, delivering a pretty powerful emotional punch. Great Great Great Stufff!
Rating: 10/10
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Que pontaria...não vi nenhum :P
ResponderEliminarMas quero muito ver o Blade Runner e o Leaving las Vegas (que pelos vistos vale muito pena). Para breve.
Exit Through The Gift Shop nem sequer conhecia.
abraço
Jorge - Eheh. Espero que os filmes de que falei te sirvam como recomendações ;)
ResponderEliminarQuanto ao Exit Through the Gift Shop, é um documentário deste ano, e vi-o através de, erm, meios *duvidosos* ahahah. Com a distribuição que temos em Portugal, só deve chegar às salas no próximo ano... ou nunca. I don't know. :)
Quatro grandes filmes que tu viste ;)
ResponderEliminar"Exit Through the Gift Shop" supostamente chega a Portugal em Março mas... duvido que seja em todos os sítios. Enfim. O ICA devia mesmo repensar a sua forma de actuação. Mas também gostei imenso do documentário.
Abraço,
Jorge Rodrigues
P.S. - Queria convidar-te para uma iniciativa no meu blogue mas não encontro o teu e-mail aqui no site. Manda-me um mail (dialpforpopcorn@gmail.com) se estiveres interessado, se faz favor. :D
Jorge R. - Obrigado pelo convite! :D Dentro de 2 minutos mando-te mail ;) Abraço
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