Para todos vocês, um óptimo 2013!
sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
Golden Globes Nominees
E os nomeados aos Globos de Ouro foram anunciados hoje.
Surpresas? Talvez algumas. Ora vejamos.
Na categoria de melhor filme
DRAMA, parece que o lote não foge muito da normalidade. Licoln e Zero Dark Thirty
deverão compôr o par que irá disputar o troféu. Argo e Django Unchained
parecem-me ser escolhas seguras por parte da HFPA, e os dois deverão figurar a
lista de nomeados a Melhor Filme na próxima cerimónia dos Óscares. No lado da
COMÉDIA/MUSICAL, temos um Silver Linings
Playbook bem posicionado para arrebatar o pequeno globo de ouro, tendo
apenas concorrência de Les Misérables.
Ver o Salmon Fishing in the Yemen
presente nas listas surge como a maior surpresa.
Passando às categorias dos
senhores e senhoras que habitam no ecrã e que vestem a pele das personagens que
tanto nos entretêem: Em DRAMA, creio que já podemos imaginar o discurso de
Daniel Day-Lewis enquanto vencedor de Melhor Actor pela sua interpretação em Licoln, e se o Zero Dark Thirty conseguir manter o ritmo e mantiver a forte
receção que tem vindo a receber, então a estatueta deverá ir para Jessica
Chastain. Na categoria de Melhor Atriz Drama, yay for Naomi Watts!
Em COMÉDIA/MUSICAL? Creio que o duo
Bradley Cooper/Jennifer Lawrence que protagonizam Silver Linings Playbook deverão ser os principais candidatos à vitória, com concorrência de Hugh Jackman e de ... ninguém, respetivamente. Jennifer Lawrence has it in the bag.
Não me vou extender mais sobre as
restantes categorias, sendo que não me provocaram reacções muito fortes. No
panorama televisivo... where the f*** is Mad Men na categoria de Melhor Série
Dramática?
segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
Holy Motors (2012, Carax)
Deu que falar no Festival de
Cannes deste ano e foi afigurando-se como um dos filmes que mais antecipava. Será
Holy Motors um filme que primeiro se
estranha e depois entranha-se? Acho que se estranha e continua a estranhar-se,
mas que em breve entranhar-se-á. De qualquer forma, é um filme bastante único
nem que seja pela sua bizarra natureza.
Seguimos um
dia na vida de Oscar (Denis Lavant) que, à medida que se desloca numa limousine
por toda a cidade de Paris, vai cumprindo a sua agenda. Um actor que contracena
fora dos palcos e longe das luzes da ribalta. Uma idosa pedinte? Check. Um
artista de motion-capture? Check. Um “ser”
que habita os esgotos da cidade das luzes e que rapta uma supermodelo? Check. E
por aí adiante. Existirão muitos poucos papés que Oscar não consiga interpretar.
E aqui, é de se tirar o chapéu à interpretação de Lavant, que incorpora de uma
forma absolutamente natural todas as personagens que assume, ainda que com a
ajuda de uma irrepreensível maquilhagem.
Será Holy Motors um filme que comenta o
panorama fragmentado em que vivemos hoje, apesar de sermos portadores de
tecnologias que cada vez mais nos aproximam? Será Holy Motors um filme que apenas retrata uma alternativa vida de um
actor num futuro (não tão) distante? Será Holy
Motors um filme que critica o avanço tecnológico e acusa-o de tornar a vida
mundana e monótona? Qualquer que seja a interpretação que se retire do mais
recente trabalho de Carax, ou mesmo que não se retire qualquer conteúdo do
filme, Holy Motors vale a pena ser
experienciado, por jogar em grande parte com as sensações. Isso, e porque tem
chimpanzés e limousines que falam. É algo que revisitarei sem grandes dúvidas.
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domingo, 25 de novembro de 2012
Skyfall (2012, Mendes)
O terceiro Bond de Daniel Craig
conta com um início bombástico (créditos – muito criativos - incluídos) que relembra o fantástico Casino Royale. No entanto, esta
elevação das expectativas no início do filme prejudicam o resto do mesmo
simplesmente porque a partir daí é sempre a descer.
Skyfall é relativamente magro e a sua história não é
suficientemente forte para justificar uma duração que pende para as duas horas
e meia. A meio do filme o interesse inicial já se tinha dissipado em grande
parte e no final já não estava minimamente envolvido com o que se passava no
ecrã.
Sam Mendes já fez muito melhor,
mas também, com o argumento que tinha com que trabalhar... não poderia sair
dali um milagre. Apesar de tudo, Craig mantém o registo, a Dench serve o
propósito e o Bardem é uma agradável introdução no universo Bond. Skyfall
tem ainda uma boa fotografia. Bom trabalho de Roger Deakins.
4.5/10.
quinta-feira, 8 de novembro de 2012
The Hunger Games (2012, Ross)
NOMNOMNOMNOMNOMNOMNOMNOMNOMNOMNOMNOM. Eheh.
Contextualizado num futuro
distópico, The Hunger Games
centra-se num evento anual (que dá o nome ao filme), resultado de uma forte
rebelião que colocou uma nação à beira do colapso. Para que todos se lembrem –
para todo o sempre – de todo o mal que foi causado, entidades superiores exigem
que cada distrito sacrifique um jovem rapaz e uma jovem rapariga para
participarem n’Os Jogos da Fome. 12 distritos. 24 participantes. Lutam até à
morte até que só exista um sobrevivente, que é consagrado como o campeão dos
jogos. É o preço que os distritos têm que pagar pelos danos que em tempos
causaram. Estes jogos são transmitidos na televisão, em direto, pelo que
garantem sempre os níveis máximos de audiência! Yay! ... yay?
Adiante. A última edição fica
marcada logo no seu início, pelo acto de solidariedade de Katniss Everdeen
(Jennifer Lawrence) para com a sua irmã, Primrose. O nome de Primrose é o eleito
para representar o seu distrito, mas Katniss voluntaria-se para participar nos
jogos, no lugar da irmã. May the odds be ever in your favor, diz-se por aí.
O início dos jogos é
consideravelmente forte, ainda que o movimento da câmara não permita o
discernimento completo do massacre que ocorre. A caracterização do espaço e das
personagens está bem conseguida e a Jennifer Lawrence assume a total liderança
do ecrã, provando que é um dos grandes talentos a emergir na actualidade e
conseguindo aliar o seu nome a um estrondoso sucesso de bilheteiras.
Mas aquele argumento? Perde toda
a credibilidade nos momentos finais, em que toda a lógica e coerência são
mandados por fora da janela. *SPOILER* Sim, estou a falar de toda aquela
história de «Organização:
eheh-o-pessoal-quer-uma-história-de-amor-então-vamos-fazer-com-que-o-casalinho-ganhe»
que rapidamente passa para «Organização:
bahahah-seus-donkeys-enganámo-vos-então-um-de-vocês-tem-de-morrer-para-que-os-jogos-acabem-e-só-exista-um-campeão!»
que no minuto seguinte passa para «Casalinho:
oh-então-vamos-os-dois-cometer-suícidio-e-assim-ninguém-ganha-e-estragamos-a-festa-toda
:<» que no segundo seguinte passa para «Organização: OH-NÃO!-não
previmos-algo-disto-a-acontecer...-ok-yay!-vocês-são-os-grandes-vencedores-yay!!»*/SPOILER*
... makes no sense.
Inúmeras foram as comparações
feitas entre The Hunger Games e o
filme de culto japonês Battle Royale, essencialmente
por partilharem o mesmo conceito. São, no entanto, filmes distintos. Em Battle Royale, a abordagem ao conceito
é feita de uma forma mais fria e calculista, enquanto que em The Hunger Games essa abordagem assume
um carácter mais sensível e não tão brutal, glamorizando até o conceito.
No final de contas, The Hunger Games é um filme competente,
mas que é arruinado por aquele final desastroso (já não me lembrava da última
vez que tinha ficado tão aborrecido com um final mau).
Katniss: "Peace out. I'mma win this shit and be rich!"
6/10.
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
The Lion in Winter (1968, Harvey)
Ultimamente tenho avançado na
minha watchlist, e apesar de metade já ter sido corrida, não tenho actualizado
o espaço com a mesma frequência.
O Once Upon a Time in the West já foi aqui abordado e o que vem
agora, The Lion in Winter, junta-se
a uma vasta lista. Uma lista de
filmes-que-demorei-imenso-tempo-para-pegar-neles-e-vê-los-e-não-sei-bem-porquê.
Isto porque The Lion in Winter é
brilhante, e não entra apenas na já mencionada lista, como também entra
diretamente para a minha lista de filmes favoritos.
Tudo isto graças a dois
elementos, essencialmente: (1) um argumento absolutamente delicioso, rico e
mordaz, repleto de trama e intriga. É também um olhar incisivo sobre uma
familía que é, mais do que nobre, completamente disfuncional; e (2) um fabuloso
elenco. Um jovem Hopkins e duas das mais colossais figuras do cinema a
contracenarem lado a lado, num verdadeiro choque de titãs – Peter O’Toole e
Katharine Hepburn fazem o filme. Voam faíscas cada vez que os dois lendários
actores partilham o écrã. Verdadeiramente explosivos.
Surpreendente é o facto de The Lion in Winter ser apenas o segundo
esforço de Anthony Harvey enquanto realizador. Será que um elenco destes e um
argumento do maior calibre constituem um dos maiores sonhos de um
(especialmente jovem) realizador? Se eu tivesse que responder, diria que sim.
10/10.
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quarta-feira, 10 de outubro de 2012
Looking Back At 1991
The Addams Family
Dir. Barry Sonnenfeld
Dir. James Cameron
Barton Fink
Dirs. Joel and Ethan Coen
The Silence of the Lambs
Dir. Jonathan Demme
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1990s
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
C'era una volta il West (1968, Leone)
Sergio Leone por detrás da
câmara. Um enorme Ennio Morricone assina a banda sonora. Henry Fonda, Claudia
Cardinale, Jason Robards e Charles Bronson dão o rosto às personagens
principais deste épico de 1968.
O incrível início serve para
marcar o ritmo de C’era una volta il
West. Poucas são as palavras que são ditas mas o clima de acutilante tensão
faz-se sentir durante a chegada do comboio. Estes primeiros 15/20 minutos do
filme são, provavelmente, dos melhores minutos de cinema que já tive a
felicidade de ver. Fucking epic.
O desenrolar da narrativa é um
prazer de se ver. É um filme que demora o seu tempo. Sem pressas para forçar
qualquer acontecimento. Dá espaço às personagens para se desenvolverem. É um
filme que despertou o meu interesse para os Westerns.
E é um filme com o Henry Fonda... a fazer de vilão! DE VILÃO! Quão awesome é isso? Muito!
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
Product Placement e a intenção de compra (3)
Voltando ao tema do product placement (última vez abordado
aqui), hoje falo-vos dos vários tipos de placements
que existem.
Classic Placement – Este tipo
de exposição é o mais antigo e a mais comum forma de placement que se conhece e existe desde que o próprio conceito de product placement surgiu pela primeira
vez. A sua abordagem é muito mais técnica do que estratégica dado que consiste
simplesmente em fazer com que um produto/marca surja no écrã.
Corporate Placement –
Neste formato de placement, a marca
assume uma relevância superior aos respectivos produtos. É mais simples incorporar uma marca num
determinado shot do que um produto específico.
Um exemplo desta prática pode ser
encontrado no filme Minority Report
(2002, Steven Spielberg): Neste futurístico thriller,
placards publicitários da Reebok, Pepsi e Aquafina – entre muitos outros –
podem ser avistados durante o filme, mas o espectador não vê efectivamente
nenhum produto das marcas previamente mencionadas.
Evocative Placement – Esta
forma de placement assume um caracter
muito mais subtil do que as anteriores uma vez que não é necessário que a marca
surja no écrã, ou que seja mencionada. Neste cenário, a originalidade e o próprio
design do produto têm que ser elementos bastante diferenciadores da marca para
que ela seja evocada.
O uso do Cubo de Rubik em The Pursuit of Happyness (2006,
Gabriele Muccino) ilustra o evocative
placement na medida em que é um produto que é automaticamente identificável
assim que surge na imagem.
Este tipo de inclusão de produtos
em filmes permite também às marcas que assumam uma postura mais humorística na
sua comunicação. Um exemplo disso ocorre no vencedor do Oscar para Melhor Filme
de 1994, Forrest Gump (1994, Robert
Zemeckis): a marca Apple é mencionada simplesmente como uma “empresa de fruta”.
Stealth Placement – É a
forma mais discreta de product placement que
existe. Como o nome sugere, o placement
é frequentemente bem integrado na cena e a sua presença não intrusiva
confere-lhe um aspecto de autenticidade, que pode muito bem originar um impacto
mais significativo quando a marca é reconhecida posteriormente. Um exemplo? O
vestido Donna Karan que a Gwyneth Paltrow veste em Great Expectations (1998, Alfonso Cuarón).
To be continued
segunda-feira, 3 de setembro de 2012
Looking Back At 1992
Aladdin
Dirs. Ron Clements & John Musker
Dir. Paul Verhoeven
Kurenai no Buta [Porco Rosso]
Dir. Hayao Miyazaki
Reservoir Dogs
Dir. Quentin Tarantino
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1990s
sábado, 25 de agosto de 2012
The Dark Knight Rises (2012, Nolan)
Em 2005, pela mão de Christopher
Nolan, Gotham City é abordada sob uma nova luz. Com Batman Begins, Nolan recria parte do universo Batman adoptando uma
perspectiva mais crua sobre o mundo do super-herói, afastando-se e
distinguindo-se em larga parte dos anteriores filmes que tinham Batman como
figura principal (todo o ambiente over
the top de Tim Burton e a essência campy
de Batman Forever e Batman & Robin são completamente
descurados).
Em 2008 surge The Dark Knight. Recordista de números
de bilheteiras e por muitos aclamado como o expoente máximo de adaptações de
super-heróis ao grande ecrã. Contando com uma interpretação magistral por parte
do falecido Heath Ledger, The Dark
Knight deu que falar.
E agora, em 2012, Christopher
Nolan encerra o seu envolvimento com o herói de capa negra com The Dark Knight Rises, aquele que
potencialmente é o mais fraco dos três filmes.
O último filme da trilogia do Cavaleiro Negro prima pelas bem executadas cenas de ação e pela sua montagem. Efectivamente, o filme não parece ter aproximadamente 3 horas. O elenco é na sua maioria competente, não existindo nenhum elemento que se destaque dos outros (ao contrário do que aconteceu em The Dark Knight). Existe apenas uma cena em que (surpreendentemente) alguém se destaca pela negativa:
*spoiler alert spoiler alert spoiler alert* Não sei em que é que a Marion
Cotillard estava a pensar na cena da morte da sua personagem. Really? Só faltava pôr a língua de fora,
umas cruzes nos olhos, e ficávamos com a morte mais artificial de todos os
tempos! Terrível. *spoiler alert spoiler alert spoiler alert*
Adiante. Tendo em conta que The Dark Knight Rises é o últmo filme
do Batman que Nolan irá realizar, acho que estava à espera que algo que
embrulhasse um “soco” maior. E haveria espaço para tal. É um filme que conta
com o vilão mais ameaçador da saga: sob uma calma enervante, o Bane aparentava
um espírito maléovolo muito mais internalizado do que os outros vilões da
trilogia, o que poderia ter sido mais aproveitado em prol de um desfecho mais
duro, mais impactante e mais único.
Pelo contrário, temos um filme
muito superficial, com algumas personagens que pouco ou nada acrescentam à
história e um final repleto dos mais comuns clichés que normalmente habitam
neste tipo de filme. Esperava mais de Nolan e companhia. No fim, The Dark Knight Rises vê-se bem mas fica
a saber a pouco. A muito pouco.
sexta-feira, 24 de agosto de 2012
quinta-feira, 23 de agosto de 2012
The Prestige (2006, Nolan)
“Are you watching closely?”
Dois ilusionistas presos nas suas próprias ilusões formam uma rivalidade que lhes sairá cara após um trágico acidente num dos espectáculos em que colaboravam. Depois disso, a obsessão que têm em descobrir os segredos que estão por detrás dos truques do seu rival torna-se maior que a própria vida.
The Prestige assinala a quinta longa metragem de Christopher Nolan e assinala também um dos filmes mais esteticamente apelativos de 2006, devido aos seus valores de produção que enchem o olho do espectador (excelente fotografia por parte de Wally Pfister) e com um ritmo que mantém o interesse no filme constantemente nivelado. A parelha Bale/Jackman lidera o ecrã eficazmente, ainda que por momentos seja Rebecca Hall quem rouba as luzes da ribalta.
Foi a primeira vez que vi o filme desde que estreou em 2006. Lembro-me de me ter sentido arrebatado por ele. Revisitando-o meia dúzia de anos depois posso dizer que esse impacto perdeu-se. Talvez isso tenha acontecido pelo facto de The Prestige se debruçar (em demasia) no seu big twist. Será que daqui a uns tempos, se voltar a vê-lo, irei ter outra vez aquela sensação de espanto que tive quando o vi pela primeiríssima vez? Ou será que a partir daqui a minha apreciação irá pelo cano abaixo? Esperemos para ver.
sábado, 28 de julho de 2012
quarta-feira, 25 de julho de 2012
Mais visibilidade para o cinema nacional
Uma excelente iniciativa do Antestreia (ver este post). Um espaço onde é possível submeter produções nacionais para que a sua exposição online aumente. Já fazia falta.
São dois endereços. Um exclusivamente dedicado a longas metragens - http://ofilme.pt/
Outro, dedicado a curtas metragens - http://acurta.pt/
Deste lado já foram para os bookmarks. Aconselho que o façam desse lado também.
São dois endereços. Um exclusivamente dedicado a longas metragens - http://ofilme.pt/
Outro, dedicado a curtas metragens - http://acurta.pt/
Deste lado já foram para os bookmarks. Aconselho que o façam desse lado também.
terça-feira, 3 de julho de 2012
Martha Marcy May Marlene (2011, Durkin)
Um subtil thriller. Um astuto trabalho de Sean Durkin e um dos mais enigmáticos
filmes do ano passado.
Martha (Elizabeth Olsen) reúne-se
com a sua irmã, após ter distanciado-se da família quando se juntou a uma seita
dois anos antes. Com uma veia que relembra o excelente Winter’s Bone, Martha Marcy
May Marlene manuseia eficazmente o tópico da paranóia, ainda que deixe
algumas questões por responder.
Saltando entre o passado e o
presente, Martha surge como o elemento central da narrativa. Percebemos o seu
comportamento “presente” quando a visitamos no passado. Uma personalidade que
se vai fragmentando com o passar do tempo. A identidade perde-se no primeiro
momento em que Martha conhece Patrick (John Hawkes) – diz-lhe que tem cara de
Marcy May. E Marcy May fica.
É um filme que convida a uma
postura reflexiva, e nesse sentido, Martha
Marcy May Marlene é quase hipnótico (tenho pensado no filme nestes últimos
dias e uma das minhas principais questões com ele – o de ter achado que o seu
ritmo era algo inconstante – tem vindo a dissipar-se), deixando todo o espaço
necessário para o contemplo da história.
Acrescento ainda que o que se
sobressai em Martha Marcy May Marlene
é a portentosa interpretação de Elizabeth Olsen no papel do principal. Carrega
o peso do filme aos ombros e fá-lo de uma maneira extremamente simples,
comandando o ecrã em cada cena em que aparece, transparecendo a vulnerabilidade
da personagem com uma linguagem corporal impecável.
sábado, 23 de junho de 2012
DOA Random Survey XIII
O DOA Random Survey está de volta após uma ausência relativamente prolongada. Sem mais demoras:
#1 Tivemos recentemente o aniversário de uma das mais aclamadas actrizes da história do Cinema, pelo que fica lançada a questão: Interpretação preferida de Meryl Streep?
#2 Foi anunciada a sequela de Before Sunset para 2013: Yes ou Yes? (eheh)
#3 Festivais: Cannes, Veneza, Toronto ou Berlim?
#4 Maior interesse despertado: Amour de Michael Haneke ou Holy Motors de Leos Carax?
#5 Brave da Pixar: Valerá a pena a ida ao cinema ou não?
Nota: Gostava de obter sugestões vossas sobre possíveis questões futuras, por isso se se lembrarem de algumas ou se gostarem de ver alguma questão que ainda não tenha sido abordada, enviem-nas para: notesonmyfilms@gmail.com
terça-feira, 12 de junho de 2012
The Lost Weekend (1945, Wilder)
Um clássico norte-americano (nem
que o seja pelo simples facto de ter a assinatura de Billy Wilder) e o grande
vencedor da cerimónia dos Óscares do seu ano – tendo arrecadado as estatuetas
de Melhor Filme, Realizador, Argumento e Actor –, The Lost Weekend é um filme que, não obstante dos seus 67 anos,
permance actual.
Um doloroso retrato do desespero
que um desenfreado, pesado e rotineiro consumo de álcool é capaz de causar. Um
importante retrato feito numa época em que o alcoolismo no grande écrã servia,
essencialmente, para soltar as gargalhadas dos espectadores.
Uma garrafa pendurada do lado de fora da janela do quarto. Uma razão suficientemente sólida para (re)quebrar a
confiança que os entes queridos de Don Birnam (Ray Milland) depositam nele. Um
fim-de-semana perdido. Afinal, é só mais um copo. E outro. E porque não mais
um? Preso nesta rotina sistemática, Don envereda pelo caminho da auto-destruição,
que ele próprio construíu. Copos atrás de copos, até cair para o lado... ou
pelas escadas.
“It’s like the doctor
was just telling me – delirium is a disease of the night. Good night.”
Nas mãos de Billy Wilder, The Lost Weekend apresenta ainda uma
das cenas mais impactantes dos filmes de então. A alucinação de Don. E enquanto
que em The Maltese Falcon, Humphrey
Bogart profere uma expressão que tornar-se-ia icónica – “The stuff that dreams are made of” – podemos dizer que a
mencionada cena do filme de Wilder remete para a stuff that nightmares are made of. Morcegos e ratos. Sangue a
escorrer pela parede. Lunáticos gritos que ecoam pelo prédio inteiro. Uma cena
em que o audio e o visual se complementam de uma forma perfeitamente
assombrosa.
segunda-feira, 11 de junho de 2012
Looking Back At 1993
#5
Short Cuts
Dir. Robert Altman
Dir. Krzysztof Kieslowski
Falling Down
Dir. Joel Schumacher
Jurassic Park
Dir. Steven Spielberg
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