The Fighter retrata parte da vida do pugilista Micky Ward (Mark Wahlberg), focando-se nos anos que constituem a ascensão meteórica do mesmo dentro dos ringues de boxe. Esta é a premissa do filme, contudo, a forma de como ela é executada não nos traz nada de novo, no que concerne a filmes sobre lutadores de boxe. É genérico, genérico e genérico.
Apesar de David O. Russell injectar algum interesse nos combates de boxe, e na forma de como eles são filmados, toda a história de fundo é completamente banal o que evoca aquela expressão de “Been there, done that”.
Overacting mode: Engaged.
Após todas as críticas avassaladoras que li sobre o filme, com especial enfoque nas “brilhantes” interpretações dos actores, devo dizer que fiquei extremamente desapontado.
Surpreendentemente, o Mark Wahlberg e a Amy Adams (que interpreta o papel de bar girl lá do sítio, e posteriormente, o de namorada de Micky) são aqueles que mais se destacam pela positiva, e que tentam fazer algo com as personagens que lhes foram dadas. Não são as personagens mais bem escritas de sempre, e diria até que são bastante unidimensionais, mas estes dois actores esforçam-se para desenvolvê-las na medida do possível.
Agora, o Christian Bale (Dicky – irmão de Micky, crack addict e outrora grande promessa do boxe) e a Melissa Leo (Mãe dos dois irmãos e agente de Micky) entram num modo de completo overacting desde o ínicio do filme até ao momento em que os créditos finais começam a rolar. Eu não tenho qualquer problemas com interpretações exarcebadamente explosivas, mas têm que ser feitas de uma forma minimamente controlada. O que não acontece aqui. Todo o excesso adoptado por Bale e Leo tornam as suas respectivas performances tão mecânicas que simplesmente se tornam distractivas, fazendo com que o espectador não consiga estar completamente focado na própria história. Surgem como verdadeiras caricaturas sem qualquer tacto.
Verdadeiras desilusões tendo em conta de que tenho vindo a gostar dos papéis que Melissa Leo tem vindo a desempenhar, e de que considero-me um grande fã de Christian Bale. Oh well.
Em jeito de conclusão, é de louvar a atitude de Mark Wahlberg que esteve 989836498 anos a tentar que o filme fosse feito. Não desistiu da sua visão, e o seu esforço compensou. The Fighter está nomeado para 7 Óscares da Academia – nas categorias de Melhor Filme, Realizador, Argumento Original, Actor Secundário e Actriz Secundária [x2], e Montagem –, e teve ainda uma boa prestação no box-office Americano.
:) Eu por acaso até gostei. E acho completamente o contrário. As cenas de boxe não me parecem nada de especial, assim como as actuações do Wahlberg e da Amy Adams. Penso que o filme vale muito mais pelo que se passa em pano de fundo e a interpretação de Christian Bale está muito boa. No fundo está até bastante igual ao original, que se vê nos créditos finais.
ResponderEliminarÉ isto que tem piada quando vemos um filme. Nem todos o vemos da mesma maneira.
Cumprimentos!
Concordo com o que dizes do filme, também me desiludiu. O exercício de escrita não se revela nada demais, aliás é até bem fraco dado a premissa inicial. A história e os seus personagens derivam ao longo do filme, sem nunca nos identificarmos muito com eles, nem tão pouco nos emocionarmos com pequenas conquistas que o protagonista vai alcançando ou pelo contrário, entra numa fase regressiva da sua carreira. No entanto gostei da montagem e das interpretações. E aqui não estou totalmente de acordo contigo, muito embora te perceba. Bale e Leo estão claramente em overacting mas a meu ver do bom :), com distintas e potentes performances.
ResponderEliminarabraço
Projeccionista - Exacto, o facto de cada um de nós achar interesse em diferentes aspectos que constituem um filme acabam por dar dinamismo a certas conversas :) Mas decididamente que não estamos de acordo em relação ao The Fighter :P
ResponderEliminarJorge - "A história e os seus personagens derivam ao longo do filme, sem nunca nos identificarmos muito com eles, nem tão pouco nos emocionarmos com pequenas conquistas que o protagonista vai alcançando ou pelo contrário, entra numa fase regressiva da sua carreira." Nem mais.
Concordo inteiramente com essas palavras. Já vi que estamos em desacordo parcial acerca do Bale e da Leo.. não consegui encontrar nada de potente nas interpretações deles.. para além do "scenary chewing", that is :P Abraço