domingo, 20 de fevereiro de 2011

The Fighter (2010, Russell)


 The Fighter retrata parte da vida do pugilista Micky Ward (Mark Wahlberg), focando-se nos anos que constituem a ascensão meteórica do mesmo dentro dos ringues de boxe. Esta é a premissa do filme, contudo, a forma de como ela é executada não nos traz nada de novo, no que concerne a filmes sobre lutadores de boxe. É genérico, genérico e genérico.

Apesar de David O. Russell injectar algum interesse nos combates de boxe, e na forma de como eles são filmados, toda a história de fundo é completamente banal o que evoca aquela expressão de “Been there, done that”. 


 Overacting mode: Engaged.

Após todas as críticas avassaladoras que li sobre o filme, com especial enfoque nas “brilhantes” interpretações dos actores, devo dizer que fiquei extremamente desapontado.

Surpreendentemente, o Mark Wahlberg e a Amy Adams (que interpreta o papel de bar girl lá do sítio, e posteriormente, o de namorada de Micky) são aqueles que mais se destacam pela positiva, e que tentam fazer algo com as personagens que lhes foram dadas. Não são as personagens mais bem escritas de sempre, e diria até que são bastante unidimensionais, mas estes dois actores esforçam-se para desenvolvê-las na medida do possível.

Agora, o Christian Bale (Dicky – irmão de Micky, crack addict e outrora grande promessa do boxe) e a Melissa Leo (Mãe dos dois irmãos e agente de Micky) entram num modo de completo overacting desde o ínicio do filme até ao momento em que os créditos finais começam a rolar. Eu não tenho qualquer problemas com interpretações exarcebadamente explosivas, mas têm que ser feitas de uma forma minimamente controlada. O que não acontece aqui. Todo o excesso adoptado por Bale e Leo tornam as suas respectivas performances tão mecânicas que simplesmente se tornam distractivas, fazendo com que o espectador não consiga estar completamente focado na própria história. Surgem como verdadeiras caricaturas sem qualquer tacto.
Verdadeiras desilusões tendo em conta de que tenho vindo a gostar dos papéis que Melissa Leo tem vindo a desempenhar, e de que considero-me um grande fã de Christian Bale. Oh well.


 Em jeito de conclusão, é de louvar a atitude de Mark Wahlberg que esteve 989836498 anos a tentar que o filme fosse feito. Não desistiu da sua visão, e o seu esforço compensou. The Fighter está nomeado para 7 Óscares da Academia – nas categorias de Melhor Filme, Realizador, Argumento Original, Actor Secundário e Actriz Secundária [x2], e Montagem –, e teve ainda uma boa prestação no box-office Americano.


3 comentários:

  1. :) Eu por acaso até gostei. E acho completamente o contrário. As cenas de boxe não me parecem nada de especial, assim como as actuações do Wahlberg e da Amy Adams. Penso que o filme vale muito mais pelo que se passa em pano de fundo e a interpretação de Christian Bale está muito boa. No fundo está até bastante igual ao original, que se vê nos créditos finais.

    É isto que tem piada quando vemos um filme. Nem todos o vemos da mesma maneira.

    Cumprimentos!

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  2. Concordo com o que dizes do filme, também me desiludiu. O exercício de escrita não se revela nada demais, aliás é até bem fraco dado a premissa inicial. A história e os seus personagens derivam ao longo do filme, sem nunca nos identificarmos muito com eles, nem tão pouco nos emocionarmos com pequenas conquistas que o protagonista vai alcançando ou pelo contrário, entra numa fase regressiva da sua carreira. No entanto gostei da montagem e das interpretações. E aqui não estou totalmente de acordo contigo, muito embora te perceba. Bale e Leo estão claramente em overacting mas a meu ver do bom :), com distintas e potentes performances.

    abraço

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  3. Projeccionista - Exacto, o facto de cada um de nós achar interesse em diferentes aspectos que constituem um filme acabam por dar dinamismo a certas conversas :) Mas decididamente que não estamos de acordo em relação ao The Fighter :P

    Jorge - "A história e os seus personagens derivam ao longo do filme, sem nunca nos identificarmos muito com eles, nem tão pouco nos emocionarmos com pequenas conquistas que o protagonista vai alcançando ou pelo contrário, entra numa fase regressiva da sua carreira." Nem mais.

    Concordo inteiramente com essas palavras. Já vi que estamos em desacordo parcial acerca do Bale e da Leo.. não consegui encontrar nada de potente nas interpretações deles.. para além do "scenary chewing", that is :P Abraço

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