quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Product Placement: Part II



Há que admirar o homem por dizer aquilo que lhe vai na alma. Anyway, vou continuar a explorar o tema do product placement, abordando desta vez a ética, na óptica dos profissionais da indústria cinematográfica.
You got to feel some admiration for the man for saying exactly what is on his mind. Anyway, continuing with the topic of product placement, approaching it from an ethical point of view, and in this case, the industry's.


De um ponto de vista dos profissionais, realizadores, guionistas e produtores demonstram preocupações acerca do caminho que o product placement está a tomar, e de que forma é que esta técnica se repercute na indústria cinematográfica. O uso excessivo desta técnica suscita problemas em duas maneiras distintas: Por um lado, evoca a ira nos espectadores, por outro, corrompe trabalho artístico que não tinha qualquer intenção de ser comercial em primeira mão. Com a saturação de product placement em filmes, um dos objectivos primários desta ferramenta de comunicação encontra-se agora em risco - o da criação de realismo em determinadas cenas. As marcas apenas desejam aparecer em filmes sob uma perspectiva positiva, quase áurea, que enalteça profundamente as características das marcas. Contudo, e uma vez que placements nessas condições são cada vez mais frequentes, o realismo perde-se. A glorificação constante de marcas tende, então, a cair num falso realismo, o que transforma o product placement numa táctica deceptiva.    
O mérito artístico das pessoas envolvidas na produção de filmes encontra-se também em perigo. Apoio financeiro é algo que assume uma importância extrema para a concretização de filmes, e hoje em dia, esse apoio provém de marcas que procuram maneiras de incluirem os seus produtos em filmes. É um cenário que coloca artistas numa posição comprometedora. Das duas uma: Ou os artistas decidem incorporar produtos nos seus filmes, o que pode contaminar o seu valor artistico, culminando num produto final que não está em consonância com aquilo que os artistas tinham inicialmente em mente, ou então esses mesmos artistas não verão a luz verde para avançarem com os seus projectos – Num negócio em que o poder de dizer não é frágil e ilusório, trabalhadores criativos que sejam “dificéis” ou “pouco cooperativos” podem ser facilmente substituídos por outros que “vêem a luz”.

Nota: Toda a informação presente neste texto foi retirada de Galician, M.L. (2004), Handbook of Product Placement in the Mass Media: New Strategies in Marketing Theory, Practice, Trends, and Ethics. Binghamton, New York: Best Business Books.



From an industry point of view, directors, writers and producers express concerns as to where product placement is going, and what its effects on the industry are. Excessive use of this technique arouses problems in two distinctive ways: On one hand, it “draws the ire of the audience”, and on the other hand, it corrupts artistic work that had no intention on being commercial in the first place.  With the oversaturation of product placement in movies, one of the goals of this communication tool may be in jeopardize – the creation of realism in movie scenes. Brands only look to appear in movies under a positive light, one that enhances brand’s qualities. However, and because placements under those conditions are being overly used, realism is at loss. The constant brand glorifying leans into a false realism, turning product placement into a deceptive tactic.
The artistic merit of those involved in producing movies is also endangered. Financial support is of the most extreme importance in order to create a movie, and nowadays, that support comes from brands that look for ways to incorporate their products on movies. That scenario puts artists into a compromised position: or they decide to incorporate product placements in their movies, tarnishing their artistic value and creating a final product that does not resembles what those artists first had in mind, or those same artists won’t get the green light to develop their projects: “in a business where the “clout” to say no is fragile and elusive, “uncooperative” or “difficult” creative workers can be replaced by others who “see the light””.
Note: Every information presented in this text was taken from Galician, M.L. (2004), Handbook of Product Placement in the Mass Media: New Strategies in Marketing Theory, Practice, Trends, and Ethics. Binghamton, New York: Best Business Books.

Anna Faris.


É impressão minha, ou mais alguém acha que a Anna Faris teria se saído extremamente bem em Hollywood, na altura dos filmes mudos? As expressões faciais dela valem ouro!

Is it just me, or does anyone else think that Anna Faris would have made extremely well in Hollywood, during the silent-movies era? Her facial expressions are golden!

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Trailer do novo filme dos irmãos Coen - True Grit.

Aqui.

Mais um filme a antecipar para este ano! Roger Deakins para mais uma nomeação? Acho que sim.
Another movie to look forward this year! Roger Deakins for another nomination? I guess so.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

What I've seen lately.

Duas semanas. Quatro filmes. Cá estão alguns pensamentos sobre eles.
Two weeks. Four movies. Here are some thoughts about them.


Exit Through The Gift Shop (2010, Banksy) – Uma fascinante introspecção sobre o mundo underground da arte urbana. Este documentário relata a obsessão de um homem  - Thierry Guetta – com esse mundo, e o seu próprio envolvimento com o mesmo. Thierry não saía de casa sem a sua câmara de filmar, e começou por acompanhar o seu primo enquanto este deixava as suas marcas nas ruas de Los Angeles, filmando-o. Após uma série de eventualidades e de contactos, uma ideia acaba por fixar-se na mente de Thierry: Deixaria de assumir um papel secundário no mundo da arte urbana, e tentaria vingar no mesmo, estabelecendo-se como um artista de renome.
Um dos aspectos que mais gostei no filme, foi o facto de expôr de uma forma clara o comercialismo da arte urbana. É um mundo, socialmente julgado, capaz de induzir nas pessoas uma reflexão sobre os vários temas que são retratados nas suas peças, e o seu caractér único pode acabar por se traduzir em valores monetários astronómicos (Em certa altura do filme, uma especialista em arte acaba por afirmar que pessoas que têm quadros de Picasso em casa começam a procurar cada vez mais peças de artistas como o Banksy e companhia). Muito bom!
Nota: 9/10

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A fascinating look into the underground world of street art. One of the aspects I liked the most was the fact that it shows the commercialism of this kind of art. It's a, generally, frowned upon world by social standards, but it is also an extremely thought provoking world, that makes people really question what they're seeing, and how they feel about it. The unique nature of the art pieces can ascend into astronomical figures, but I don't think that the world of street art cares too much about that. They just want to leave a mark! Very Very Good.
Rating: 9/10

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Blade Runner (1982, Scott) – A próxima paragem foi no mundo futurista de Ridley Scott.  No ano de 2019, em Los Angeles, Deckard (um Blade Runner) é encarregue de encontrar e liquidar quatro réplicas que escaparam de uma colónia com o intuito de encontrarem o seu criador, para que este lhes possa prolongar a sua longevidade. É, também, um filme muito bom. Uma realização que confere ao filme uma “aura” reminiscente dos filmes noir, e uma direcção artística simplesmente perfeita são os dois aspectos que mais admirei no filme. Aliado a isso temos ainda boas interpretações (Daryl Hannah assimila integralmente o que é ser uma réplica, e Rutger Hauer  leva ao ecrãn um desempenho memorável e ameaçador!), e um argumento que levanta importantes questões filosóficas.
Nota: 9/10

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My next stop was on Ridley Scott's futuristic L.A. This one is also a very good movie. The direction is extremely solid, and it gives this noir aura to it (which I just love), and the perfect art direction are the two main aspects that I loved the most about this film. Combining that with good performances (Daryl Hannah's, in particular, is extremely.. fun to watch, and Rutger Hauer delivers a chilling and menacing performance as the replicants gang leader) and a script that raises important philosophical questions, and we have ourselves a great movie!
Rating: 9/10
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The Graduate (1967, Nichols) – Com o estatuto de clássico, estava bastante interessado em ver este filme. Devo dizer que fiquei ligeiramente desapontado. O filme flui com bastante naturalidade, e nem dei pelo tempo passar, contudo tive alguns problemas com o argumento. Não percebi o que levou certas personagens a realizarem algumas acções: Ok, o Benjamin estava preocupado com o seu futuro, acaba por envolver-se com uma senhora mais velha, e posteriormente apaixona-se pela filha dela. Hm. Depois as coisas não correm da melhor forma, a relação o Benjamin e a Elaine deteriora, e mesmo assim ele tenta obstinadamente casar-se com ela. Ela soube da relação que Benjamin teve com a sua mãe, odeia-o (de certa forma, acho eu), e mesmo assim, foge com ele. Hm. Acho que há algo aqui que não bate certo. De qualquer forma, o filme contém algumas cenas icónicas que conferem ao mesmo o já referido estatuto de clássico, e as interpretações são, de uma forma geral, muito boas.
Nota: 7/10
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It's such an acclaimed classic, that I just had to watch it. But unfortunately, I must say I got myself a little bit disappointed. It's a good movie, by all means, and its editing flows in a very natural way (I didn't look at my watch once) but I had some problems with its script: I didn't fully understand what made the characters behave the way they did. I mean: Benjamin worries about his future. He involves himself with an older lady, but falls in love with her daughter. Benjamin and Elaine's relationship begins to deteriorate, and he pushes himself to get married with her. She's all "I hate you", after knowing the past he shared with her mother, but still runs away with him in the end. Maybe it's just me, and maybe I'm missing something, but it doesn't add up. Anyway, the film has its share of iconic scenes that make the classic that the movie is nowadays, and overall, it also contains great performances.
Rating: 7/10
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Leaving Las Vegas (1995, Figgis) – Grande filme. Conta a história de um argumentista que decide ir para Las Vegas, seguindo um caminho que o próprio definiu com o destino final auto-destrutivo: Beber até à morte. No meio de desempenhos excepcionais (Eu não me considero grande fã da arte performativa do Nicolas Cage, mas ele, enquanto Ben, realmente deu o litro (ahaha) neste papel. Elisabeth Shue (Sera) é uma revelação!), o argumento assume um destaque preponderante, tendo um cariz bastante original – apesar de ser adaptado (se é que isto faz algum sentido). O filme retrata então os últimos momentos de Ben na cidade do pecado, e a sua relação com uma prostituta, Sera. Para além disso, o filme acarreta ainda um grande impacto emocional. Great Great Great Stuff!
Nota: 10/10

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Great movie. Leaving Las Vegas depicts the path to self-destruction, by the means of alcohol, of a screenwriter in the city of sin. In the middle of fantastic performances (I'm not exactly Nicolas Cage's biggest fan, but he really gave it all in this role. Elizabeth Shue was also a revelation!), the script stands out due to its original nature - even though it is adapted (if that makes any sense...). Leaving Las Vegas is a harrowing experience, delivering a pretty powerful emotional punch. Great Great Great Stufff!
Rating: 10/10
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terça-feira, 21 de setembro de 2010

Quote of the day #2.


Joe Gillis: You're Norma Desmond. You used to be in silent pictures. You used to be big.
Norma Desmond: I *am* big. It's the *pictures* that got small. 

Sunset Blvd. 
(1950, Wilder)

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Quote of the day #1.


Plainview: "Drainage! Drainage, Eli, you boy. Drained dry. I'm so sorry. Here, if you have a milkshake, and I have a milkshake, and I have a straw. There it is, that's a straw, you see? You watching?. And my straw reaches acroooooooss the room, and starts to drink your milkshake... I... drink... your... milkshake!"

There Will Be Blood.
(2007, Paul Thomas Anderson)

sábado, 18 de setembro de 2010

Looking Back At 2006.

Cá vão as minhas escolhas para aqueles que considero serem os 10 melhores filmes do ano. Yay!
Here are my choices for what I consider to be the 10 best films of the year. Yay!

#10
Children of Men - Dir. Alfonso Cuarón
Electrizante / Electrifying

#9
Ne Le Dis À Personne [Tell No One] - Dir. Guillaume Canet
Frenético / Frantic

 #8
  
United 93 - Dir. Paul Greengrass
Assombrador / Haunting
 
 #7
 
Casino Royale - Dir. Martin Campbell
Explosivo / Explosive
 
 #6
 
 The Departed - Dir. Martin Scorsese
Intenso / Intense

 #5
 
 Inland Empire - Dir. David Lynch
Sensacional / Sensational

#4
 The Painted Veil - Dir. John Curran
Sublime / Sublime

#3
 
  Letters From Iwo Jima - Dir. Clint Eastwood
Poderoso / Powerful

#2
 
The Prestige - Dir. Christopher Nolan
Enigmático / Enigmatic

#1
 
El Laberinto del Fauno [Pan's Labyrinth] - Dir. Guillermo del Toro
Brutalmente Mágico / Brutally Magical


E vocês? Concordam? Discordam? Vamos lá ouvir as vossas opiniões, critícas, comentários e recomendações! 
What about you? Do you agree? Or disagree? Let's hear your opinions,  criticisms, comments and recomendations!
 

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Product Placement: Part I

 
Antes de tudo, vou dar-me a conhecer um pouco melhor. Tenho 21 anos, e neste momento encontro-me a iniciar a minha tese de mestrado em Marketing no ISCTE. Como considero-me um grande amante da sétima arte, e como sempre me disseram para definir um tema de tese numa área que me agrade, a escolha da mesma incidiu naturalmente no cinema. O tema escolhido será então: A influência do product placement, em filmes, no processo de decisão de compra dos consumidores.

Sendo alvo de avultados investimentos, o product placement é hoje uma indústria que movimenta milhares de milhões de dólares. O product placement consiste, então, numa inclusão compensatória de marcas, ou produtos cuja marca é facilmente identificada, através de meios audio e/ou visuais num determinado medium (Karrh, 1998), neste caso, em filmes.

É considerada como sendo uma forma de comunicação híbrida uma vez que adopta diversas características inerentes a outras formas de comunicação como Celebrity Endorsements, Relações Públicas ou Patrocínios (Hackley et al., 2008). É uma ferramenta que está presente desde os tempos primordiais de Hollywood: em 1916, os estúdios LKO/Universal produziram um filme cujo título é She Wanted a Ford. Vários exemplos conseguem-se retirar através dos mais variados títulos produzidos em solo Norte-Americano. A título exemplificativo, destaco o papel, digamos, preponderante que a máquina de vendas da Coca-Cola possui no clássico Dr. Strangelove Or: How I Learned to Stop Worrying and Loved the Bomb de 1964, realizado por Stanley Kubrick. Contudo, o evento que despoletou o maior interesse por parte dos profissionais de marketing e de publicidade foi E.T. The Extra-Terrestrial (1982, Spielberg). Numa determinada cena, o actor Henry Thomas utiliza uns doces – os Reese’s Pieces da Hershey – de forma a tentar atrair o pequeno extra-terrestre. O filme foi um grande sucesso junto do box office norte americano, e três meses após o lançamento do filme, a Hershey, num comunicado, afirma ter registado um aumento de vendas desses mesmos doces na ordem dos 65%.


Este é apenas um primeiro post acerca de um tema que pretendo vir a aprofundar nos próximos tempos.

E vocês? Que acham desta prática? É apenas uma forma gananciosa que as empresas utilizam de forma a tornarem os seus produtos visíveis? Será uma forma de conferir um maior realismo e dinamismo a certas cenas? Será distractiva? Ou passa despercebida? Digam de vossa justiça!

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First of all, I’m going to let you know a little bit more about me. I’m 21 years old, and I’m currently starting my thesis in order to get a Masters Degree in Marketing at ISCTE. Since I tend to think myself as a cinema lover, and since pretty much everyone around me told me that it was best for me to choose a subject that was related to something I like, the one I chose has cinema as its main focus. I’ll be doing research on: The Effects of Product Placement, in movies, on the Individual Decision Making Process.


Being the target of high investment, product placement is now a billion-dollar industry. Product placement is then defined as a paid inclusion of branded products or brand identifiers, through audio and/or visual means within mass media programming (Karrh, 1998), in this case, in movies.

Product placement is considered to be a hybrid form of communication since it embodies different aspects of several communications tools, such as celebrity endorsements, public relations and sponsorship (Hackley et al, 2008).
The integration of branded products on scenes from movies is a technique that has been used since the primordial times of Hollywood, even before the First World War: In 1916, the LKO/Universal studio produced a silent film with the explicit title She Wanted a Ford. Several examples can be withdrawn from films produced in North America. For example, Stanley Kubrick’s Dr. Strangelove: Or How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb (1964) features a Coca-Cola vending machine in a, let’s say, prominent role, and becomes actually relevant to the story. However, the event that made attention towards this subject soar through the roof was the release of Steven Spielberg’s E.T.  The Extra-Terrestrial (1982): In a particular scene, the actor Henry Thomas uses a brand of sweets – Hershey’s Reese’s Pieces – in order to attract the alien. The movie was a big hit with the box-office. Three months after E.T.’s release, Hershey made a claim that the sales for the pieces of candy portrayed in the film increased 65%.

This is just the first post of a series that I intend to discuss with a little bit more depth in the next times.

What about you? How do you feel about this practice? Is it just a greedy way that companies use in order to turn their products visible? Is it a way to make certain scenes more real and dynamic? Is it a distractive practice? Or don’t you even notice it?
Tell me what’s on your mind!

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quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Reviewing 2009.


No ano de 2009 foram dez filmes nomeados para o Oscar de Melhor Filme do ano, contrariando aquilo que se tinha vindo feito a fazer-se com o tradicional molde de cinco filmes. Antes do ano passado, a última vez em que dez filmes estiveram na corrida para aquele que é, muito provavelmente, o prémio mais cobiçado deles todos foi em 1943, ano em que o clássico Casablanca se sagrou vencedor. Porquê voltar a este formato? Bem, uns diziam que, tendo um maior leque de escolhas, as audiências da transmissão televisiva da cerimónia aumentariam, outros diziam que desta forma existiria uma maior possibilidade de outros bons filmes terem uma tentativa em alcançar a pequena estatueta dourada (No ano anterior, 2008, levantou-se uma grande controvérsia pelo facto do The Dark Knight do Christopher Nolan ter arrecadado 8 nomeações para os prémios da academia, tendo ficado de fora nas categorias de Melhor Filme e Melhor Realizador). Não posso dizer que a ideia de termos dez filmes na corrida para Melhor filme me agrade, porque acho que perde-se um bocado o prestígio relativo que a própria nomeação pode acarretar. De qualquer forma, seguem-se os meus breves pensamentos sobre os filmes que constituiram o restricto grupo de nomeados:


Inglourious Basterds – Para mim, o melhor dos nomeados. Tarantino faz a sua abordagem à segunda Grande Guerra, efectuando as alterações que bem entende aos factos históricos. O primeiro aspecto a salientar neste filme, e à semelhança dos restantes filmes do realizador, é o argumento: É estupendo (o primeiro capítulo do filme é o meu preferido). Aliado a um grande argumento, temos interpretações excelentes por parte dos actores: Cristoph Waltz no papel do vilão Hans Landa é simplesmente genial, e Melánie Laurent enquanto Shosanna Dreyfuss injecta uma grande vulnerabilidade e força à sua personagem. 

Avatar – Um filme que, claramente, brilha graças à tecnologia no qual se submerge. A construção de Pandora, bem como a execução das cenas de acção é impecável. James Cameron soube aproveitar bem os intrumentos e a tecnologia que tinha à sua disposição, e o resultado vê-se no grande ecrã. Acho que a história e a caracterização das personagens caí um bocado para segundo plano, contudo, não creio que isso seja um aspecto que prejudique o filme. É entretenimento ao mais alto-nível.

Up in The Air – Gostei bastante deste filme, e ao contrário do Avatar, é um filme que se debruça bastante nas suas personagens. O argumento flui com bastante naturalidade, a montagem é eficaz, e a realização sólida. É um filme que permite demonstrar as capacidades dos seus actores: Os três actores principais – George Clooney, Vera Farmiga e Anna Kendrick – revelam interpretações bastante maduras (que a meu ver, deverão melhor à medida que se re-vê o filme).

District 9 – O segundo grande filme de ficção científica do ano, e possivelmente, aquele que foi a grande surpresa do ano. Filmado na África do Sul, e com um orçamento infinitamente menor que o do Avatar, devo dizer que fiquei bastante surpreendido com o forte realismo dos efeitos especiais. A história é também bastante original, abordando a relação humano/extraterrestre de uma forma bastante inovadora.

Up – A Pixar é capaz de ser o único estúdio, que actualmente, produz filmes de elevadíssima qualidade capazes de obterem resultados muito bons nas bilheteiras e de uma recepção critíca muito favorável. É um bom filme, mas não o colocaria no mesmo patamar de outros filmes da Pixar como o Finding Nemo, o Ratatouille, ou o Wall-E. Mas tenho que admitir que o Dug é a melhor personagem do ano, e quero ter um cão como ele! Ahahah.

A Serious Man – Mais um filme dos irmãos Coen, e acredito que esteja num patamar ligeiramente superior à sua anterior obra – Burn After Reading. Misturando comédia e drama, como tão poucos sabem fazê-lo bem, a parelha Coen trouxe-nos um filme bastante complexo que poderá ser mais, muito mais, do que aquilo que aparenta ser. Simplesmente adoro a cena da história do dentista!

The Hurt Locker – O grande vencedor do ano, tendo levado para casa as estatuetas para melhor filme, realizador (neste caso, a primeira mulher a receber o prémio na história da cerimónia), argumento original, montagem, entre outros. Creio que é um filme bastante competente, com cenas... hm, explosivas (ahahah, trocadilhos!), e com uma fotografia bastante interessante. Mas melhor argumento original? Really? Bah.

Precious – Para além das interpretações, não considero que seja um bom filme. A realização de Lee Daniels é completamente inconsistente – Ainda penso “Mas que raio...” naqueles segmentos que retratam os sonhos da Precious (uma Mo’Nique a falar em italiano numa sequência a preto e branco cujo contexto já não me recordo.... what?).

An Education – Por ver.

The Blind Side – Ainda não vi, e tendo visto o trailer, não sei se o verei tão brevemente!

As minhas dez escolhas do ano, e sem comentários por infeliz falta de tempo:

Zombieland


Hachi: A Dog’s Tale


Evangelion 2.0: You Can (Not) Advance


Inglourious Basterds


Up in the Air


Avatar


The Countess


The Road


District 9


The Hangover



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In 2009, ten films were nominated for Best Picture, breaking away from the traditional five-nominees format. Before that, 1943 was the last year were this ten nominations rule existed. Casablanca won the most coveted award that year. But why did the Academy brought up the ten nominations format? Well, some say that with ten slots, the ratings for the TV transmission of the ceremony could get a boost, and others say that other good movies could get a shot at taking the little golden statue home (Remember the 2008’s controversy regarding Nolan’s The Dark Knight – Scored 8 noms, but missed out on Picture and Director?). I dislike having ten nominated films, as I feel it kind of defeats the purpose – by getting more movies in this restricted group, the relative prestige of the award might get dissipated. Anyway, some thoughts on the nominees:
Inglourious Basterds – The best of the bunch. Tarantino’s approach to the Second World War, by twisting some historic facts, is actually refreshing. We have a fantastic script (the first chapter is easily my favorite) and a great cast to boot. Cristoph Waltz is genius as the film’s main villain Hans Landa, and Melanie Laurent as Shosanna Dreyfuss injects great vulnerability and strength to her character. Great work from the rest of the cast, as well.

Avatar – A brilliant movie based on the technological aspects. Pandora’s construction is awe-inducing, and the action scenes are crafted in a very exquisite way. James Cameron knew how to handle all the instruments he had at his service, and it shows on the big screen. The story and the characterization of its characters fall a little bit short, but I don’t think that it hurts this type of movies. It’s high-end entertainment!

Up in The Air – I really enjoyed this movie, and unlike Avatar, it is a movie that relies on its characters. The script flows effortlessly, the editing is effective, and the direction is solid. It is a movie that allows its main actors to showcase their capacities: the three main actors – George Clooney, Vera Farmiga and Anna Kendrick – give mature performances, that might improve with rewatches.

District 9 – The biggest surprise of the year? I think so. Shot in South Africa and with a budget vastly inferior to Avatar’s, I must say I was pleasantly surprised with the level of realism portrayed by the special effects. The story is also fairly original, tackling the human/alien relationship in a very innovative way.

Up – Pixar is probably the only studio that nowadays produces films of such high standards that are able to draw great boxoffice results, as well to score high near the critic community. Up is a rather good movie, but I wouldn’t place it on the same level as Finding Nemo, Ratatouille or Wall-E. That being said, Dug is the best character of the year and I want to have a dog just like him! Ahahah.

A Serious Man – Another Coen brothers movie, and I believe they stepped up their game in relation to their previous effort – Burn After Reading. Mixing humor and drama like no others, the Coen duo gave us a very complex movie that could very well be much more than it meets the eye. I simply love the dentist scene!

The Hurt Locker – The big winner of 2009, taking the gold home for best picture, director (first time in the Academy Awards history that a woman wins this category), original screenplay, editing, among others. I think it’s a competent movie, with.. well, explosive scenes (ahahah, see what I did there?) and a rather interesting cinematography. But best original screenplay? Really? Blergh.

Precious – Other than the great performances, I don’t think that this is a good movie. Lee Daniels’ direction is so inconsistent – I still think “what the hell?” in the daydreaming scenes (Mo’Nique talkin in italian in this black and white sequence, which I can’t really place, … what?).

An Education – Waiting to be seen.

The Blind Side – Not seen yet, but judging from the trailer, I don’t know if I’ll see it anytime soon.

My ten choices for the year, with no comments due to lack of time, unfortunately:

Zombieland


Hachi: A Dog’s Tale


Evangelion 2.0: You Can (Not) Advance


Inglourious Basterds


Up in the Air


The Countess


Avatar


The Road


The Hangover


District 9

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terça-feira, 7 de setembro de 2010

Requiem For a Dream - 2000, Aronofsky.

 
“Aronofsky brings a new urgency to the drug movie by trying to reproduce, through his subjective camera, how his characters feel, or want to feel, or fear to feel.”
                                                                                                          Roger Ebert

No ano de 2000, Darren Aronofsky realizou um pequeno filme que retrata a vida de quatro pessoas que estavam, directa ou indirectamente, relacionadas com o mundo da droga. O mesmo filme capta a essência das relações dessas quatro pessoas, guiando-as numa espiral descendente ao, chamemos-lhe, fundo do poço. Esse filme é o Requiem For a Dream.

Breve Síntese: A brutalidade com que é demonstrada a realidade que três jovens – Harry, a sua namorada Marion, e o seu amigo Tyrone (brilhantemente desempenhados por Jared Leto, Jennifer Connelly e Marlon Wayans, respectivamente) – vivem para suportarem os seus vícios atinge-nos como se tivéssemos a levar um murro no estômago. É um filme bastante duro de se ver. Não podemos dizer que estas três personagens sejam personagens com as quais o público consiga estabelecer uma relação de empatia. Muitos se calhar até dizem que tiveram o que mereceram. Contudo, aquela que eu considero ser a alma do filme reside na personagem de Sarah Goldfarb (Ellen Burstyn, num papel que lhe valeu a nomeação para o Oscar de Melhor Actriz). Sarah, mãe de Harry, está habituada a que o filho lhe penhore a televisão como forma de arranjar dinheiro para a droga. É uma senhora de idade, que se sente muito só, e gosta imenso de ver televisão. Certo dia, surge a possibilidade de ela vir a participar num concurso televisivo, e como tal, toma a decisão de emagrecer para que consiga vestir o seu vestido vermelho. Para isso, ela recorre a uma médico que lhe recomenda uns comprimidos para que ela alcance o seu objectivo. Em certa altura do filme, ela possui um monólogo sobre solidão que é simplesmente devastador.

A realização levada a cabo por Aronofsky, para além de conseguir expôr a mensagem de que as drogas acabam por arruinar a vida de muitos, é bastante dinâmica. Os vários close-ups e os vários ângulos através dos quais muitas das cenas são filmadas contribuem para um maior dinamismo. O clímax do filme é algo que, provavelmente, jamais esquecerei (vi o filme uma única vez, há coisa de 6 anos atrás, e o final do mesmo ainda está bastante fresco na minha memória). As interpretações, de uma forma geral, são fantásticas. E a banda sonora? Creio que se pode dizer que é um clássico, apesar de ser bastante recente – se bem que começo a achar um bocado exagerada a inclusão do tema principal desta banda sonora, em inúmeros trailers. Não me vou prolongar mais, mas aproveito ainda para dizer que este foi o filme que me fez olhar para o Cinema de uma forma diferente, e como tal, irei tê-lo sempre em especial consideração.



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In 2000, Aronofsky directed a small movie that dealt with the lives of four characters that were, direct or indirectly, associated with the world of drugs. That same film captures the essence of their relationship, guiding its characters towards a descending spiral to disturbing places. All the characters really hit rock bottom.

It’s an extremely hard movie to watch, and the impact it leaves you with is the same as if you were punched in the stomach. Although we can’t necessarily say that three of the four main characters are the most pleasant around, and probably, a lot of people might think that they got what they deserved, I believe the true soul of the film lies within Ellen Burstyn’s character – Sarah Goldfarb: Her monologue about ageing and solitude is simply heartbreaking, and I believe it’s a travesty that she didn’t take the Oscar home.

Anyway, Aronofsky’s masterful direction is, in my opinion, one of the key elements that makes the movie work: It allows him to expose the subject tackled by the movie in a very dynamic way, through all those close-ups and different angles. Requiem For a Dream’s climax is something that I won’t easily forget (I only saw the movie once, 6 years ago, and it still remains incredibly fresh in my mind). The performances, all across the board, are splendid. And what about that score? I think it already achieved a classic status. Although the over-usage of Requiem’s main theme in several trailers is getting a little bit on my nerves. Anyway, I won’t extend myself more, but I’m going to take the chance and say that this movie was the one that got me into movies. After Requiem For a Dream, I never looked at cinema the same way as I did before, and for that, it will always hold a special place in my heart.

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sexta-feira, 3 de setembro de 2010

O que aí vem: The Town & Black Swan.

Provavelmente, estes são os dois filmes que mais antecipo de momento. Por um lado temos The Town, realizado por Ben Affleck. O trailer demonstra aquilo que aparenta ser um filme muito bem construído, o que poderá remeter para uma boa consistência de Ben Affleck enquanto realizador - Gone Baby Gone foi um filme bastante bom que realmente mostra que Affleck possui mais talento atrás das câmeras, do que à frente delas. 
Elenco: Ben Affleck, Jeremy Renner, Jon Hamm, Blake Lively, Rebecca Hall, Chris Cooper são nomes de destaque.



Por outro lado temos o filme de abertura do Festival de Cinema de Veneza 2010, Black Swan, que tem vindo a receber uma recepção calorosa por parte da comunidade crítica. Depois de Pi, Requiem for a Dream, The Fountain e The Wrestler, Darren Aronofsky leva à tela uma história sobre uma rivalidade entre duas bailarinas na conquista do papel dual-principal de uma nova produção do Lago dos Cisnes em Nova Iorque. Esperemos que Darren Aronofsky mantenha o elevado nível de qualidade com o qual nos tem vindo a habituar e estaremos, então, na presença de um grande filme!
Elenco: Natalie Portman, Mila Kunis, Vincent Cassel, Winona Ryder, entre outros.

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