quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Senna (2010, Kapadia)



E do Reino Unido chega um documentário sobre aquele que por muitos é considerado um dos maiores pilotos de Fórmula 1 de todos os tempos. Lembrado quer pelas suas fantásticas corridas, quer pelo seu infortuno acidente que lhe ceifou a vida no Grande Prémio de San Marino, Ayrton Senna deixou uma profunda marca no mundo dos desportos motorizados, na vida de inúmeros fãs da modalidade, na vida de milhares de Brasileiros que acompanharam euforicamente a sua (breve) carreira e na sua comunidade.

Senna é um íntimo olhar sobre a vida do mediático piloto e também sobre a evolução da própria Fórmula 1. É um documentário fascinante. Quer esteja a abordar a temperamental relação entre Senna e Alain Prost ou a crescente forma de como é que a Fórmula 1 começou a ser cada vez mais gerida com base em politiquices, Senna oferece aos espectadores conteúdo extremamente rico, extremamente bem estruturado e extremamente bem desenvolvido. 

Fazendo uma comparação com a época retratada no filme de Kapadia com o presente, a evolução na segurança deste desporto é simplesmente notável. Só de pensar no aparatoso acidente do piloto polaco Robert Kubica no Grande Prémio do Canadá há uns 3/4 anos atrás fico arrepiado, de tão violento que foi o embate. Felizmente, saiu de lá ileso. Infelizmente e anos antes, a ocorrência de acidentes semelhantes (com resultados muito menos felizes) foi necessária para garantir essa evolução.
 

domingo, 13 de novembro de 2011

Oslo e métodos perigosos


 
31 de Agosto é um dia importante na vida de Anders (Anders Danielsen Lie). Após estadia num centro de reabilitação, Anders insere-se novamente na sociedade naquele particular dia.

 
Oslo, 31. August é, então, um drama sobre os contornos das relações humanas e também um interessante exercício sobre a forma de como é que a droga as molda, as influencia e as impacta.
Sem forte sentido de orientação, Anders reúne-se com as variadas pessoas que anteriormente haviam desempenhado um papel importante na sua vida. E o mais curioso aqui é o facto de as personagens apenas dedicarem um pouco de atenção aos problemas de Anders antes de começarem a debitar todos os problemas da sua vida (talvez como mecanismo para evitarem tocar num tema sensível e potencialmente constrangedor?), relegando a personagem principal para personagem secundário da sua própria vida. 

De qualquer forma, li na... Variety? (Devo estar enganado, mas adiante) uma passagem que achei curiosa: Enquanto que o Lars Von Trier se ocupa com um filme que retrata a destruição do Mundo, Joachim Trier ocupa-se em filmar a destruição de uma única pessoa. Spot on.

 
Relativamente ao mais recente filme do David Cronenberg. Não esperava que fosse tão ligeiro e tão cómico como foi. Pelo contrário esperava algo extremamente denso e pesado! E voltam as expectativas a mexer com a apreciação final do filme.

Entrando no domínio da Psicologia, o filme retrata as relações entre três figuras de referência nesse campo: Carl Jung, Sabina Spielrein e Sigmund Freud. A curta duração do filme prejudica em parte estas relações, pelo que preferia ter visto um desenvolvimento mais profundo das próprias personagens ainda que isso implicasse uma meia-hora extra de filme.

De salientar ainda que o filme começa num tom bastante histérico e aqui a Keira Knightley está atroz (senti-me embarassado a vê-la naquele primeiro encontro com o Michael Fassbender). Contudo, A Dangerous Method encarrila à medida que a narrativa desenrola e termina de uma forma sólida. Pelo meio de bons valores artísticos e de uma boa banda sonora temos um Michael Fassbender bastante inexpressivo (do que já vi até agora é, seguramente, a sua interpretação mais fraca), um Viggo Mortensen que pega no pouco que lhe é dado e desenvolve um pouco mais a personagem de Sigmund Freud, e ainda um Vincent Cassel que simplesmente rouba o espectáculo. 

O David Cronenberg apresentou o filme, afirmando que era uma obra bastante fiél ao que se terá passado na vida real. Deixou a audiência decidir sobre a qualidade do filme. E nesse aspecto, acho que existia margem para um filme muito mais impactante. No final do dia, gostei mas soube a pouco.



quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Real Steel (2011, Levy)


Damn. O pior filme do ano, mas de longe. É um filme que também me fez perceber o quão fácil deve ser escrever um guião que vê a luz verde por parte de um estúdio. Ora vejamos:
  • Personagem A conhece personagem B.
  • Ambas as personagens não se suportam.
  • As personagens passam momentos juntos e tornam-se melhores amigos para sempre (ou pelo menos durante os próximos 20 minutos).
  • Personagem A e Personagem B chateiam-se e deixam-se de falar.
  • Personagem A (ou B, depende da perspectiva) apercebe-se da falta que a personagem B faz.
  • Personagens A e B reencontram-se para viver aquele último momento épico, e tornam-se melhores amigos para sempre outra vez! yay!
Onde é que já vi isto? Hm, exacto. Em outros 30 milhões de filmes. Mas este tinha robots pelo meio. Enfim. E um AHAHAH ao tipo que disse que foram tomadas todas as precauções para mitigar todas as negativas contigências quando construiu o seu super-bot. Alguém devia ter-lhe dito para, não sei, garantir que a bateria dele aguentasse um combate inteiro? I'm just sayin'. Damn.
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