sábado, 2 de abril de 2011

O que tenho visto ultimamente


Nestes últimos tempos tenho estado numa onda de anos 70 e vi três filmes dessa década.


O primeiro foi Carrie (1976), obra de culto do realizador Brian de Palma. Já tinha ouvido falar da icónica cena do sangue de porco, contudo não tinha qualquer noção acerca do contexto sobre a qual ela ocorre. Tinha também ouvido falar no estatuto de Carrie enquanto marco no género de terror.

Carrie (Sissy Spacek) é uma jovem extremamente introvertida com uma particularidade. Ela tem o poder da telekinesia (não faço ideia se está bem escrito ou não), isto é, a habilidade de mover objectos com a simples força da mente. Gozada por todos, com uma mãe ridiculamente fanática, Carrie não tem muitas razões para ser feliz, até que chega o dia em que ela é convidade para ir ao baile de finalistas da escola onde anda.

Não achei que a primeira parte fosse necessessariamente interessante, e chega a roçar o enfadonho em certas partes, contudo, a partir do momento do baile o filme ganha uma nova vivacidade e uma nova energia e aqueles que viram o filme sabem que é nesse instante que os portões do Inferno se abrem.

De salientar dois pontos muito muito fortes: A interpretação de Sissy Spacek é verdadeiramente genial. Spacek demonstra toda a sua versatilidade enquanto actriz quando comparamos a interpretação dela pré-prom, durante o prom e pós-prom – três facetas distintas, três facetas bem delineadas. Sissy Spacek em Carrie foi ainda a primeira pessoa num filme de terror a receber uma nomeação para Melhor Actriz Principal nos Óscares. Well done!


O outro ponto forte de que queria falar é a montagem que é meticulosa. Uma cena que é um testamento à genialidade de Paul Hirsch é a da coroação de Carrie. Toda a cena, desde o momento em que Carrie é eleita a rainha do baile até ao momento em que a coroa é colocada na cabeça dela é um exercício impressionante no que concerne à montagem. O espectador sabe o que vai acontecer mas o nível de tensão deste pequeno momento é algo que deixaria Alfred Hitchcock orgulhoso.

 
O segundo filme foi Badlands (1973) de Terrence Malick. Foi o primeiro filme que vi dele, apesar de já estar interessado na filmografia dele há algum tempo. O DVD estava a um preço convidativo, e lá decidi comprá-lo.

Ora bem, o que dizer de Badlands. Não posso dizer que tenha superado as minhas expectativas, isso é certo. Não consegui perceber a relação de Kit (Martin Sheen) e de Holly (Sissy Spacek) - nem por um momento consegui encará-la como algo... credível. Depois temos reacções hm, estranhas, por parte de ambas personagens. 

É-me difícil escrever sobre filmes que tenham provocado uma reacção tão neutra como este filme me provocou. Quanto à fotografia, elemento aparentemente notório nos filmes de Malick, também nada por aí além, creio eu.

A minha reacção ao filme: um grande “Meh!


Por fim, e como o melhor fica sempre para o fim, vi o The Sting (1973, Roy Hill). Fantástico! Um daqueles filmes que conseguem captar a nossa atenção desde o primeiro minuto até ao desenrolar dos créditos finais graças ao seu envolvemente argumento.

Não consigo encontrar grandes falhas na obra de George Roy Hill. Tem um grande ritmo, a narrativa desenrola-se de uma forma bastante perspicaz, há um chefe da máfia irlandês, apostas e uma apelativa banda sonora. Altamente recomendado. Será, certamente, um filme que irei revisitar frequentemente no futuro. 



2 comentários:

  1. Ainda não vi Carrie e Badlands, mas está no horizonte. Em relação a Sting concordo plenamente, um grande filme, com argumento, realização, interpretações, banda-sonora, montagem e direcção de arte muito competentes, em clara sintonia. O que faz com que seja um filme tão bem feito, que deveria ser mais falado e divulgado. A música é sobejamente conhecida (aquele timbre), mas tudo o resto ou o filme em si caiu no esquecimento, parece-me. E não percebo porquê, é por isso que se torna e muito um produto sobrevalorizado.

    Com a mesma dupla (Redford e Newman), ou melhor tripla, acrescentando o Roy Hill, aconselho também o Butch Cassidy and Sundance Kid - uma delícia visual e musical tal como este The Sting. Isto para além do enorme argumento que possui.

    abraço

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  2. Jorge - São excelentes as tuas palavras sobre o The Sting. :) Pena pensar que é um filme de que tão pouco se fala, o que também é de estranhar uma vez que também ganhou 289248 Óscares. :/

    Tenho seriamente de ver o Butch Cassidy! Irei seguir esta tua recomendação brevemente :)

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