segunda-feira, 26 de março de 2012

Peeping Tom (1960, Powell)


 
“Do you know what the most frightening thing in the world is? It's fear.”

A obsessão de um homem pela sua câmara. Pelo medo. Realizado por Michael Powell (a minha segunda incursão pelo trabalho deste realizador – tendo a primeira sido BLACK NARCISSUS), Peeping Tom é um interessante exercício que explora o psicológico de um assassino.

Fortemente marcado pelo facto de ter servido como cobaia nas experiências do seu pai, Mark desenvolve uma forte obsessão pelo medo. Anseia captar o medo na sua forma mais pura através da câmara que anda sempre consigo. Filma as suas vítimas nos breves instantes em que encaram a Morte.

É composto por uma respeitável fotografia, por uma banda sonora que serve o propósito de espremer a máxima tensão dos momentos que a exigem e por uma realização sólida. Contudo, a nível de argumento, senti existirem algumas... pontas demasiado soltas que me levaram a distanciar-me do filme, diminuindo o efeito potencial que poderia ter tido em mim enquanto espectador (mas gostei particularmente da forma de como a câmara surge como um catalisador da acção, de como é que consegue moldar de forma vincada o comportamento da personagem). Será um daqueles filmes que irei apreciar mais há medida que o vá revisitando? Parte de mim acha que sim, a outra acha que não. É uma questão de voltar a pegar nele daqui a algum tempo.

No entanto, e apesar de ser inferior à icónica obra de terror de Hitchcock lançada no mesmo ano – PSYCHO –, tenho a sensação de que os dois até se complementam minimamente bem, e que dariam uma boa double-feature.

2 comentários:

  1. Fabuloso e subestimado! Concordo com o último parágrafo :) Cumprimentos

    http://onarradorsubjectivo.blogspot.pt/

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    1. À medida que vou pensando nele, mais vontade sinto em revisitá-lo - e tenho a sensação de que irei gostar ainda mais dele. :) Obrigado pelo comment! Cumpts.

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