sábado, 17 de dezembro de 2011

Drive (2011, Refn)



Em cinema, sempre achei que a cidade de Los Angeles tem um maior encanto à noite. São várias as cenas, passadas em LA à noite, em Mulholland Drive (2001) que exudem ainda um maior mistério ao filme. Outro caso em que a noite nesta cidade assume um preponderante papel em enaltecer o ambiente do filme é o de Collateral (2004) de Michael Mann. E na mais recente obra de Nicolas Winding Refn, Drive, o mesmo aplica-se. Drive chegou há pouco tempo às salas de cinema nacionais, e o filme pelo qual Refn ganhou o galardão para Melhor Realizador no Festival de Cannes ’11 é um dos fortes candidatos a filme do ano.

Drive, eventualmente, acaba por ter duas partes bem distintas. Na primeira parte, o tom e todo o ambiente é desenvolvido, estabelecido. Aqui é possível verificar a grande habilidade que está por detrás da câmara. Sendo este argumento de poucas palavras, é necessário uma maior atenção ao detalhe, ao pormenor, e felizmente, a precisão de Refn injecta uma incomum intensidade às suas imagens. É certo que uma imagem vale mais que mil palavras e nesse sentido, Drive é um filme particularmente fresco. 


A segunda parte, amplamente marcada pela sua violência, projecta uma severa mudança de ritmo, mas que mantém a elevada qualidade dos elementos que compõem a já mencionada primeira parte. Desde as perseguições maravilhosamente filmadas, passando pela vívida e vibrante fotografia, e por uma montagem bastante fluída, o espectador embarca numa autêntica viagem que o prende à cadeira até ao desenrolar dos créditos (assim de repente, a mítica expressão “Fasten your seatbelts, it’s going to be a bumpy night!” passou-me pela cabeça e tenho a dizer que adequa-se bem a este filme).

O desenvolvimento das personagens é também um tanto peculiar, sendo que mais uma vez, a máxima “uma imagem vale mais que mil palavras” volta a surtir efeito. Numa abordagem superficial, pouco ficamos a conhecer sobre o driver (Ryan Gosling). Há que olhar um pouco mais além. Todas as sensações são transmitidas pelas expressões faciais e nelas existem uma grande sinceridade. 

Deixo ainda uma pequena trivia do filme que achei interessante tendo em conta a natureza do filme:

“Despite the driving storyline, director Nicolas Winding Refn does not have any interest in cars. He doesn't hold a driving license and has failed his driving test 8 times.”


5 comentários:

  1. Vou ver este fim-de-semana. Can't wait! :) *

    Sara M.

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  2. Já te disse o que penso deste filme! Boa luz, boa banda sonora, boa performance do Gosling.

    Gmdt *

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  3. Sara - Depois diz o que achaste dele.

    Sofia - Concordo em todos os aspectos *

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  4. Vi ontem o filme e gostei bastante. Posso dizer que concordo inteiramente contigo, e também Colateral me veio à memória (tenho que rever esse, a propósito, que adorei).

    Quando à curiosidade, bolas, 8 vezes é dose! xD

    Crítica lá pelo blogue em breve. Continuação de óptimo trabalho!

    Roberto Simões
    CINEROAD.net

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    Respostas
    1. Roberto - Também tenho que rever o Collateral! Tenho andado a pensar em fazê-lo nestes últimos dias :) 8 vezes são mesmo dose ahaha. Obrigado e fico à espera da tua crítica :)

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