NOMNOMNOMNOMNOMNOMNOMNOMNOMNOMNOMNOM. Eheh.
Contextualizado num futuro
distópico, The Hunger Games
centra-se num evento anual (que dá o nome ao filme), resultado de uma forte
rebelião que colocou uma nação à beira do colapso. Para que todos se lembrem –
para todo o sempre – de todo o mal que foi causado, entidades superiores exigem
que cada distrito sacrifique um jovem rapaz e uma jovem rapariga para
participarem n’Os Jogos da Fome. 12 distritos. 24 participantes. Lutam até à
morte até que só exista um sobrevivente, que é consagrado como o campeão dos
jogos. É o preço que os distritos têm que pagar pelos danos que em tempos
causaram. Estes jogos são transmitidos na televisão, em direto, pelo que
garantem sempre os níveis máximos de audiência! Yay! ... yay?
Adiante. A última edição fica
marcada logo no seu início, pelo acto de solidariedade de Katniss Everdeen
(Jennifer Lawrence) para com a sua irmã, Primrose. O nome de Primrose é o eleito
para representar o seu distrito, mas Katniss voluntaria-se para participar nos
jogos, no lugar da irmã. May the odds be ever in your favor, diz-se por aí.
O início dos jogos é
consideravelmente forte, ainda que o movimento da câmara não permita o
discernimento completo do massacre que ocorre. A caracterização do espaço e das
personagens está bem conseguida e a Jennifer Lawrence assume a total liderança
do ecrã, provando que é um dos grandes talentos a emergir na actualidade e
conseguindo aliar o seu nome a um estrondoso sucesso de bilheteiras.
Mas aquele argumento? Perde toda
a credibilidade nos momentos finais, em que toda a lógica e coerência são
mandados por fora da janela. *SPOILER* Sim, estou a falar de toda aquela
história de «Organização:
eheh-o-pessoal-quer-uma-história-de-amor-então-vamos-fazer-com-que-o-casalinho-ganhe»
que rapidamente passa para «Organização:
bahahah-seus-donkeys-enganámo-vos-então-um-de-vocês-tem-de-morrer-para-que-os-jogos-acabem-e-só-exista-um-campeão!»
que no minuto seguinte passa para «Casalinho:
oh-então-vamos-os-dois-cometer-suícidio-e-assim-ninguém-ganha-e-estragamos-a-festa-toda
:<» que no segundo seguinte passa para «Organização: OH-NÃO!-não
previmos-algo-disto-a-acontecer...-ok-yay!-vocês-são-os-grandes-vencedores-yay!!»*/SPOILER*
... makes no sense.
Inúmeras foram as comparações
feitas entre The Hunger Games e o
filme de culto japonês Battle Royale, essencialmente
por partilharem o mesmo conceito. São, no entanto, filmes distintos. Em Battle Royale, a abordagem ao conceito
é feita de uma forma mais fria e calculista, enquanto que em The Hunger Games essa abordagem assume
um carácter mais sensível e não tão brutal, glamorizando até o conceito.
No final de contas, The Hunger Games é um filme competente,
mas que é arruinado por aquele final desastroso (já não me lembrava da última
vez que tinha ficado tão aborrecido com um final mau).
Katniss: "Peace out. I'mma win this shit and be rich!"
6/10.