A quinta e mais recente obra do conceituado Terrence Malick chegou esta semana às salas portuguesas, marcando assim um evento bastante particular e especial para os admiradores do realizador um pouco por todo o lado. Não posso encaixar-me, necessariamente, no perfil de admirador de Terrence Malick, mas mesmo assim gosto de manter a mente aberta sempre que vejo um filme.
Creio não ser preciso fazer um enquadramento da história pelo simples facto de que o filme é extremamente denso, extremamente ideológico. É um daqueles filmes que deve ser sensorialmente absorvido antes de ser intelectualizado. Nesse registo, The Tree of Life é um exercício esplendoroso - cada imagem é mais bela do que a anterior (trabalho impressionante por parte de Emmanuel Lubezki) e existem também sequências de encher o olho. Contudo, será isto suficiente para estarmos na presença de uma suposta obra-prima?
Prós
- A já mencionada Fotografia.
- Brad Pitt num registo relativamente low-key que vem justificar a razão pela qual ele se tem vindo a tornar um dos (se não mesmo o) melhores actores da actualidade. Nestes últimos anos, cada papel que ele tem vindo a desempenhar é diferente dos restantes e ele tem vindo a demonstrar uma tremenda versatilidade nesse campo.
- Hunter McCracken é a grande revelação do filme.
- A banda sonora por Alexandre Desplat é também muito boa.
Contras
- A acção do filme desenrola-se a um ritmo excepcionalmente doloroso.
- Apesar do filme ter 2 horas e 20 minutos de duração, não houve qualquer propósito para a personagem do Sean Penn. Acredito que a intenção das cenas com o Sean Penn serviriam o propósito de demonstrar a evolução da personagem ao longo do tempo, mas a caracterização da personagem adulta é relativamente escassa. Como um professor meu da faculdade costumava dizer - é preciso mais molho!
- Percebo a ideia de que é nas pequenas coisas da vida que reside a beleza, e que devemos aproveitá-las sempre ao máximo. Mas, jesus christ, será mesmo necessário mostrar o Sol a brilhar por entre as folhas das árvores a cada 5 minutos? Indeed, é uma imagem bonita mas que não acrescenta grande valor ao filme.
- Temos ainda um argumento pouco claro que deixa o filme muito pouco claro - não me refiro às pontos que fazem alusão à criação e ao propósito da vida e itens correlacionados, mas sim a aspectos intrínsecos à história (por muito pouco que dela existisse).
O que aprendi
- Dinnosaurs had manners.
Resumindo, creio que o filme necessitava de uma espinha muito mais consistente para poder atingir os altos objectivos a que se propôs. Aquilo com que ficamos é um filme visualmente grandioso, mas bastante vácuo no seu conteúdo. Os problemas que tive com o ritmo do filme vão afastar-me dele durante um grande período de tempo.