Em cinema, sempre achei que a
cidade de Los Angeles tem um maior encanto à noite. São várias as cenas,
passadas em LA à noite, em Mulholland
Drive (2001) que exudem ainda um maior mistério ao filme. Outro caso em que
a noite nesta cidade assume um preponderante papel em enaltecer o ambiente do
filme é o de Collateral (2004) de
Michael Mann. E na mais recente obra de Nicolas Winding Refn, Drive, o mesmo aplica-se. Drive chegou há pouco tempo às salas de
cinema nacionais, e o filme pelo qual Refn ganhou o galardão para Melhor
Realizador no Festival de Cannes ’11 é um dos fortes candidatos a filme do ano.
Drive, eventualmente, acaba por ter duas partes bem distintas. Na
primeira parte, o tom e todo o ambiente é desenvolvido, estabelecido. Aqui é
possível verificar a grande habilidade que está por detrás da câmara. Sendo
este argumento de poucas palavras, é necessário uma maior atenção ao detalhe,
ao pormenor, e felizmente, a precisão de Refn injecta uma incomum
intensidade às suas imagens. É certo que uma imagem vale mais que mil palavras
e nesse sentido, Drive é um filme
particularmente fresco.
A segunda parte, amplamente
marcada pela sua violência, projecta uma severa mudança de ritmo, mas que
mantém a elevada qualidade dos elementos que compõem a já mencionada primeira
parte. Desde as perseguições maravilhosamente filmadas, passando pela vívida e
vibrante fotografia, e por uma montagem bastante fluída, o espectador embarca
numa autêntica viagem que o prende à cadeira até ao desenrolar dos créditos
(assim de repente, a mítica expressão “Fasten
your seatbelts, it’s going to be a bumpy night!” passou-me pela cabeça e
tenho a dizer que adequa-se bem a este filme).
O desenvolvimento das personagens
é também um tanto peculiar, sendo que mais uma vez, a máxima “uma imagem vale
mais que mil palavras” volta a surtir efeito. Numa abordagem superficial, pouco
ficamos a conhecer sobre o driver
(Ryan Gosling). Há que olhar um pouco mais além. Todas as sensações são
transmitidas pelas expressões faciais e nelas existem uma grande sinceridade.
Deixo ainda uma pequena trivia do filme que achei interessante
tendo em conta a natureza do filme:
“Despite the driving
storyline, director Nicolas Winding Refn does not have any interest in cars. He
doesn't hold a driving license and has failed his driving test 8 times.”
Vou ver este fim-de-semana. Can't wait! :) *
ResponderEliminarSara M.
Já te disse o que penso deste filme! Boa luz, boa banda sonora, boa performance do Gosling.
ResponderEliminarGmdt *
Sara - Depois diz o que achaste dele.
ResponderEliminarSofia - Concordo em todos os aspectos *
Vi ontem o filme e gostei bastante. Posso dizer que concordo inteiramente contigo, e também Colateral me veio à memória (tenho que rever esse, a propósito, que adorei).
ResponderEliminarQuando à curiosidade, bolas, 8 vezes é dose! xD
Crítica lá pelo blogue em breve. Continuação de óptimo trabalho!
Roberto Simões
CINEROAD.net
Roberto - Também tenho que rever o Collateral! Tenho andado a pensar em fazê-lo nestes últimos dias :) 8 vezes são mesmo dose ahaha. Obrigado e fico à espera da tua crítica :)
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