Betty é uma aspirante a actriz
optimista, enérgica e esperançosa. Muda-se de Deep River, Ontario para a cidade
dos sonhos com o objectivo de concretizar os seus. Diane é o total oposto.
Amarga e vingativa, está presa na sua própria descendente espiral de
auto-destruição.
As duas personagens são
interpretadas por Naomi Watts, naquele que foi o desempenho que a colocou nas
luzes da ribalta e que pavimentou o início da sua carreira em Hollywood.
Interpretar uma personagem fragmentada
num filme não linear (presumo) que não deva ser uma tarefa particularmente
fácil. Fazê-lo, demonstrando uma tremenda naturalidade e vulnerabilidade
parece-me ser ainda mais complicado. Mas Naomi Watts sobrepõem-se ao desafio e
deixa registada uma performance, que não só comprova o seu enorme talento, que
seguramente resistirá ao teste do tempo.
A inocência, o desespero, a
jovialidade, o derrotismo, o optimismo e a culpa coadunam-se num singular e magnético
desempenho que serve de âncora para um filme que – por si só – é magistral. Naomi
Watts é a mais sumarenta cereja em cima do bolo.
BETTY ELMS It’s strange calling yourself...
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