terça-feira, 22 de janeiro de 2013

The Impossible (2012, Bayona)


Em 2004, um dos maiores e mais significativos terramotos alguma vez registados teve o seu epicentro no sudeste asiático. Seguido de um massivo tsunami, a memória desse Natal, para inúmeras famílias, fica marcada pela dor e fragmentada pelos destroços da enorme catástrofe. The Impossible relata a experiência de uma família (Naomi Watts, Ewan McGregor e Tom Holland assumem, brilhantemente, os papeis centrais) que se viu envolvida no meio de todo aquele caos.

Cinco anos após o surpreendente El Orfanato, Juan Antonio Bayona volta à carga e transporta para o grande écrã os eventos acima mencionados e, com The Impossible, cria um afectante, poderoso e tocante filme. Recorrendo a um irrepreensível uso da sonoplastia, a segunda longa metragem de Bayona causa arrepios em diversos momentos e, nesse campo, a chegada – ou até mesmo os breves instantes antecedentes – da monstruosa onda figura-se como uma das cenas mais tensas do ano.

Nas suas interpretações, Ewan McGregor (a chamada telefónica é dolorosa de ser ver) e Naomi Watts (só de lembrar a simples imagem dela a agachar-se para se proteger do iminente choque é razão para sentir aquele frio arrepio) mantêm o alto calibre com que nos têm vindo a brindar ao longo das suas ilustres carreiras, conferindo uma grande empatia às suas personagens. Tom Holland é revelatório e, caso decida prosseguir com a carreira de actor, poderá vir a ser uma das futuras estrelas de Hollywood.

É fortemente emocional, ainda que tenha a ocasional cena em que a intelectualidade (forçada) venha um pouco mais à tona. Contudo, estas poucos momentos não põem em causa a experiência que o filme pretende transmitir, dado que The Impossible se alimenta, em primeira instância, da agonia, desespero e falta de rumo das suas personagens, e em segunda instância, dos laços que as unem.


9/10.

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