terça-feira, 3 de julho de 2012

Martha Marcy May Marlene (2011, Durkin)



Um subtil thriller. Um astuto trabalho de Sean Durkin e um dos mais enigmáticos filmes do ano passado.

Martha (Elizabeth Olsen) reúne-se com a sua irmã, após ter distanciado-se da família quando se juntou a uma seita dois anos antes. Com uma veia que relembra o excelente Winter’s Bone, Martha Marcy May Marlene manuseia eficazmente o tópico da paranóia, ainda que deixe algumas questões por responder.

Saltando entre o passado e o presente, Martha surge como o elemento central da narrativa. Percebemos o seu comportamento “presente” quando a visitamos no passado. Uma personalidade que se vai fragmentando com o passar do tempo. A identidade perde-se no primeiro momento em que Martha conhece Patrick (John Hawkes) – diz-lhe que tem cara de Marcy May. E Marcy May fica.

É um filme que convida a uma postura reflexiva, e nesse sentido, Martha Marcy May Marlene é quase hipnótico (tenho pensado no filme nestes últimos dias e uma das minhas principais questões com ele – o de ter achado que o seu ritmo era algo inconstante – tem vindo a dissipar-se), deixando todo o espaço necessário para o contemplo da história.

Acrescento ainda que o que se sobressai em Martha Marcy May Marlene é a portentosa interpretação de Elizabeth Olsen no papel do principal. Carrega o peso do filme aos ombros e fá-lo de uma maneira extremamente simples, comandando o ecrã em cada cena em que aparece, transparecendo a vulnerabilidade da personagem com uma linguagem corporal impecável.



4 comentários:

  1. Um filme fantástico, bom texto. Cumprimentos

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  2. Obrigado :) O filme realmente é qualquer coisa! Cpts

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  3. Vi hoje o trailer, vê-me só a minha enorme falha. Ainda não o vi portanto, mas pretendo fazê-lo o mais depressa possível!

    Sarah
    http://depoisdocinema.blogspot.com

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