Um subtil thriller. Um astuto trabalho de Sean Durkin e um dos mais enigmáticos
filmes do ano passado.
Martha (Elizabeth Olsen) reúne-se
com a sua irmã, após ter distanciado-se da família quando se juntou a uma seita
dois anos antes. Com uma veia que relembra o excelente Winter’s Bone, Martha Marcy
May Marlene manuseia eficazmente o tópico da paranóia, ainda que deixe
algumas questões por responder.
Saltando entre o passado e o
presente, Martha surge como o elemento central da narrativa. Percebemos o seu
comportamento “presente” quando a visitamos no passado. Uma personalidade que
se vai fragmentando com o passar do tempo. A identidade perde-se no primeiro
momento em que Martha conhece Patrick (John Hawkes) – diz-lhe que tem cara de
Marcy May. E Marcy May fica.
É um filme que convida a uma
postura reflexiva, e nesse sentido, Martha
Marcy May Marlene é quase hipnótico (tenho pensado no filme nestes últimos
dias e uma das minhas principais questões com ele – o de ter achado que o seu
ritmo era algo inconstante – tem vindo a dissipar-se), deixando todo o espaço
necessário para o contemplo da história.
Acrescento ainda que o que se
sobressai em Martha Marcy May Marlene
é a portentosa interpretação de Elizabeth Olsen no papel do principal. Carrega
o peso do filme aos ombros e fá-lo de uma maneira extremamente simples,
comandando o ecrã em cada cena em que aparece, transparecendo a vulnerabilidade
da personagem com uma linguagem corporal impecável.
Um filme fantástico, bom texto. Cumprimentos
ResponderEliminarObrigado :) O filme realmente é qualquer coisa! Cpts
ResponderEliminarVi hoje o trailer, vê-me só a minha enorme falha. Ainda não o vi portanto, mas pretendo fazê-lo o mais depressa possível!
ResponderEliminarSarah
http://depoisdocinema.blogspot.com
Tens de ver Sara! É bastante bom! :)
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