31 de Agosto é um dia importante
na vida de Anders (Anders Danielsen Lie). Após estadia num centro de
reabilitação, Anders insere-se novamente na sociedade naquele particular dia.
Oslo, 31. August é, então, um drama sobre os contornos das relações
humanas e também um interessante exercício sobre a forma de como é que a droga
as molda, as influencia e as impacta.
Sem forte sentido de orientação,
Anders reúne-se com as variadas pessoas que anteriormente haviam desempenhado
um papel importante na sua vida. E o mais curioso aqui é o facto de as personagens
apenas dedicarem um pouco de atenção aos problemas de Anders antes de começarem
a debitar todos os problemas da sua vida (talvez como mecanismo para evitarem
tocar num tema sensível e potencialmente constrangedor?), relegando a
personagem principal para personagem secundário da sua própria vida.
De qualquer forma, li na... Variety? (Devo estar enganado, mas
adiante) uma passagem que achei curiosa: Enquanto
que o Lars Von Trier se ocupa com um filme que retrata a destruição do Mundo,
Joachim Trier ocupa-se em filmar a destruição de uma única pessoa. Spot on.
Relativamente ao mais recente
filme do David Cronenberg. Não
esperava que fosse tão ligeiro e tão cómico como foi. Pelo contrário esperava
algo extremamente denso e pesado! E voltam as expectativas a mexer com a apreciação
final do filme.
Entrando no domínio da
Psicologia, o filme retrata as relações entre três figuras de referência nesse
campo: Carl Jung, Sabina Spielrein e Sigmund Freud. A curta duração do filme
prejudica em parte estas relações, pelo que preferia ter visto um
desenvolvimento mais profundo das próprias personagens ainda que isso
implicasse uma meia-hora extra de filme.
De salientar ainda que o filme
começa num tom bastante histérico e aqui a Keira Knightley está atroz (senti-me
embarassado a vê-la naquele primeiro encontro com o Michael Fassbender).
Contudo, A Dangerous Method encarrila
à medida que a narrativa desenrola e termina de uma forma sólida. Pelo meio de
bons valores artísticos e de uma boa banda sonora temos um Michael Fassbender
bastante inexpressivo (do que já vi até agora é, seguramente, a sua
interpretação mais fraca), um Viggo Mortensen que pega no pouco que lhe é dado e desenvolve um pouco mais a personagem de Sigmund Freud, e ainda um
Vincent Cassel que simplesmente rouba o espectáculo.
O David Cronenberg apresentou o
filme, afirmando que era uma obra bastante fiél ao que se terá passado na vida
real. Deixou a audiência decidir sobre a qualidade do filme. E nesse aspecto,
acho que existia margem para um filme muito mais impactante. No final do dia, gostei mas soube a pouco.
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