Um documentário que põe as cartas na mesa e que explica de uma forma incisiva as orgiens que estão por detrás da grande crise financeira que vivemos actualmente, despoletada pela falência do grande banco de investimento Lehman Brothers. Pelo meu dinheiro (no pun intended), Inside Job afigura-se como o melhor filme que vi de 2010.
Criatividade. Algo que procuramos nas mais diversas áreas das nossas vidas. É algo que se deseja, pois cria distinção. O documentário de Charles Ferguson reitera a ideia que uma vez ouvi – a de que a criatividade deverá ser um dos elementos impulsionadores num negócio: quer seja no desenvolvimento de produtos e serviços, de campanhas de marketing, de estratégias de operações que pretendam maximizar a utilidade de todos os recursos disponíveis. Contudo, esta ideologia pode tornar-se perigosamente desastrosa no mundo financeiro, causando terríveis repercusões macroeconómicas.
É um filme que suscita angústia e frustração perante a avareza desmedida humana - "como se ganhar milhões por ano não fosse suficiente, então vamos lá fazer uns esquemas para ganhar ainda mais. O quê? O outro ganhou 10 milhões de dólares a mais que eu? Inadmissível, o que posso fazer para ganhar ainda mais e consolidar a minha importância neste meio? Já sei, vou causar o despedimento e o desalojamento de milhões de pessoas". Enfim.
O papel das agências de rating nesta crise é, então, extremamente cómica. Quando inquiridos sobre o facto das suas agências classificarem determinados investimentos como AAA (quando na verdade não passavam de lixo), os representantes máximos, na altura, da Moody's, da Standard & Poor's e da Fitch, limitam-se a referir que a classificação que atribuem aos investimentos é apenas a opinião deles e que o mercado não se deveria reger por elas. lol.
A contaminação chega ainda ao mundo académico, onde as pesquisas de figuras proeminentes do universo económico são subornadas para reflectirem resultados que melhor agradem aos principais players neste sector.
É algo verdadeiramente assustador.
deveras interessante, ainda para mais para uma economista como eu :b
ResponderEliminarMais uma vez o teu comentário influencia grandemente a minha escolha cinematográfica, como tal, amanhã quero uma pen com este documentário... ou será pedir muito?
Aproveito ainda para reiterar a qualidade crescente dos teus post's.
Atenciosamente,
Sofia Murta
Realmente um dos melhores filmes que vi nos últimos tempos. O único aspecto negativo é que é realmente difícil não ficar extremamente desiludida com os níveis gigantescos de ganância existentes, com a total falta de remorsos pelas acções cometidas e com o facto de não terem existido quaisquer consequências por terem destruído a vida a milhões de pessoas (já consegui descarregar mais um pouco da frustração acumulada depois de ver o filme).
ResponderEliminarSofia - Lembra-me de te levar isso! :)
ResponderEliminarMarlene - Concordo inteiramente contigo. É um filme extremamente frustrante!