Baseado em acontecimentos reais, Fair Game relata a forma de como a identidade de Valerie Plame (Naomi Watts) – funcionária da CIA – foi exposta ao Mundo e de como é que isso afectou a sua vida profissional e pessoal. Um sofisticado thriller político que figura como um dos filmes mais refinados de 2010.
Afastando-se do género de acção a que se tinha acostumado, Doug Liman (realizador por detrás de filmes como Mr. And Mrs. Smith, Jumper e do terrífico The Bourne Identity) opta por assumir um tom mais low-key neste seu filme comparativamente com as suas prévias obras: deixa a narrativa fluir naturalmente, deixa os seus actores jogar com aquilo que lhes é dado. Fair Game é um filme bastante natural e que refrescantemente adopta uma postura política bastante neutra, tendo em conta que o filme tem como pano de fundo o infortuno acontecimento que foi o 11 de Setembro e toda aquela tensão directa que os EUA e o Iraque viveram nos anos seguintes.
Com uma realização e montagem extremamente sólidas, uma fotografia adequada e um argumento conciso, o sucesso do filme recai nos seus actores. Sean Penn desenvolve a sua personagem em conformidade com o tom geral do filme e surge como o catalisador de toda a estrutura narrativa. Apesar de não ser propriamente um dos pontos mais altos da ilustre carreira de Penn enquanto autor, não deixa de ser também um trabalho eficaz. Naomi Watts, contudo, compreende perfeitamente tudo aquilo por a personagem passou e brinda-nos com a sua melhor interpretação desde 2006 – ano em que protagonizou o The Painted Veil. De destacar a fantástica cena em que Naomi Watts afirma não ter um breaking point.
Concluindo, Fair Game destaca-se dos restantes thrillers políticos pela sua natureza minimalisticamente ancorada e por ter sido especialmente overlooked durante a época de prémios do ano passado.
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